Doença do armazenamento lisossomal induzida por Sida planicaulis Cav. (Malvaceae) em ovinos no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, André Marandola dos lattes
Orientador(a): França, Ticiana do Nascimento lattes
Banca de defesa: Carvalho, Vivian de Assunção Nogueira, Nascimento, Aparecida Alves do, Helayel, Michel José Sales Abdalla, Brust, Luis Armando Calvão
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10128
Resumo: Descreve-se um surto de doença do armazenamento lisossomal em ovinos induzida pelo consumo de Sida planicaulis no Estado do Rio de Janeiro. A ingestão de S. planicaulis Cav. (S. carpinifolia) é responsável pelo aparecimento desta enfermidade em bovinos, equinos, caprinos, ovinos e cervídeos cativos que ocorre, de forma natural, quando a planta predomina na pastagem e há baixa oferta de outras forragens. O principal composto tóxico desta planta, a swainsonina, inibe atividade enzimática de α-manosidase I e II que redunda no armazenamento de glicoproteínas no interior de lisossomos. Este acúmulo de substâncias promove compressão, deficiência no transporte intracitoplasmático e finalmente degeneração em diversos tecidos, dentre os quais o mais afetado é o nervoso. O exame físico dos animais afetados revelou déficit proprioceptivo, incoordenação motora, cambaleio à movimentação e tremores de intenção e na cabeça. Houve aumento acentuado dos tremores em cabeça e membros, com posterior dificuldade de se manter em estação e queda ao solo após a realização do “Head-Raising Test”. A histopatologia evidenciou severa distensão de neurônios de Purkinje, com aspecto espumoso e eventual cariólise ou cariopicnose e intensa vacuolização de células acinares do pâncreas e foliculares da tireoide. Adicionalmente, foram observadas vacuolizações em grandes corpos de neurônios com dissolução do citoplasma associada à marcada proliferação de astrócitos morfologicamente atípicos. Notou-se também múltiplos esferoides axonais de variados tamanhos. O exame lectino-histoquímico positivo para as lectinas Con A, WGA e sWGA foi capaz de caracterizar a enfermidade como uma glicoproteinose. A avaliação ultraestrutural evidenciou numerosos vacúolos de até 2,5μm de diâmetro, delimitados por membranas de até 20nm de espessura em células acinares do pâncreas. O diagnóstico da intoxicação por S. planicaulis foi estabelecido através dos dados epidemiológicos, achados clínico-patológicos e confirmados pelas avaliações lectino-histoquímica e ultraestrutural. A intoxicação natural por S. planicaulis em ovinos ainda não havia sido descrita no estado do Rio de Janeiro.