Síndrome de Burnout em professores da rede pública de Seropédica e Itaguaí: prevalência e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Zanelli, Priscila Bayerl Boechat lattes
Orientador(a): Souza, Wanderson Fernandes de lattes
Banca de defesa: Souza, Wanderson Fernandes de lattes, Maia, Cristina Amorim Oliveira lattes, Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14397
Resumo: A Síndrome de Burnout, considerada atualmente como um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), trata-se de um transtorno causado por tentativas recorrentes de superação de stress no trabalho. É caracterizada por atingir profissionais cuja função está diretamente relacionada ao contato direto com pessoas. Pesquisas demonstram que, atualmente, os professores são a classe de profissionais mais acometida pela síndrome, porém são escassas pesquisas nacionais que favoreçam a mudança dessa realidade. O presente trabalho propôs a investigação da prevalência da Síndrome de Burnout em professores de Ensino Fundamental da rede pública dos municípios de Seropédica e Itaguaí, como também de uma amostra de profissionais com perfil semelhante, que responderam à pesquisa via internet, e identificar fatores de risco associados ao seu desenvolvimento. Realizado através de uma pesquisa do tipo transversal, o estudo contou com a participação de 196 professores dos 1937 profissionais de Ensino Fundamental atuantes em Itaguaí e Seropédica, e 412 professores que acessaram os instrumentos online. Encontrou-se a prevalência de 28% e 57,4% na amostra da pesquisa realizada presencialmente nos municípios citados e na realizada de forma online, respectivamente, por meio da utilização do instrumento MBI-ED (Maslach Burnout Inventory- Educators Survey). Foram preenchidos 2 critérios em 29,5% e 83, 9% das amostras presencial e online, respectivamente, sendo que na mesma ordem, 33,20% e 96,3% apresentaram o preenchimento de 1 dimensão do transtorno. Para avaliar os fatores de risco, um questionário de dados sociodemográficos foi construído na ocasião do planejamento da pesquisa em conjunto com o uso do QSP (Questionário de Stress em Professores). Foi possível perceber a associação da Síndrome com o tipo de instituição, a saber, os profissionais que trabalham em escolas públicas possuem uma probabilidade 2 vezes maior de desenvolver o problema. O grau de escolaridade foi associado ao transtorno, porém a pesquisa online e a presencial apresentaram resultados contraditórios. O número de alunos atendidos por dia foi associado com a síndrome na pesquisa online, entretanto esse fator não foi reconhecido no estudo realizado em Itaguaí e Seropédica. Em ambas as amostras, as variáveis ´afastamento anterior do trabalho por motivo de saúde’ e ‘falta de apoio por parte da direção’ foram associadas ao desenvolvimento da síndrome de Burnout. Quanto às variáveis investigadas através da segunda parte do instrumento QSP, a pesquisa presencial revelou uma associação com todas a suas dimensões, ou seja, comportamentos inadequados/indisciplina dos alunos, pressões de tempo/excesso de trabalho, diferentes capacidades e motivações dos alunos, carreira docente, trabalho burocrático/administrativo e políticas disciplinares inadequadas, sendo que uma análise de regressão múltipla evidenciou as políticas disciplinares inadequadas e as diferentes capacidades e motivações dos alunos como fatores que mais incomodam os professores. Isso pode denotar o incômodo dos docentes quanto aquilo que foge ao seu controle no que diz respeito ao mau comportamento do aluno e seu bom desenvolvimento educacional. Os resultados obtidos demonstram o adoecimento e o sofrimento dessa classe de trabalhadores, em semelhança aos dados de outras pesquisas desenvolvidas acerca do tema e revelam a necessidade do melhoramento das condições de trabalho oferecidas aos docentes da educação básica.