Caracterização de espécies de Colletotrichum em vegetação de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Faria, Claudia Maria Xavier lattes
Orientador(a): Inacio, Carlos Antonio lattes
Banca de defesa: Inácio, Carlos Antonio, Fernandes, Celso Dornelas, Santos, Marilene Hilma dos, Fraga, Marcelo Elias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13548
Resumo: Colletotrichum sp. causam antracnose em diversas culturas de interesse agronômico, provocando considerável perda econômica na pré e na pós-colheita, ficando entre os 10 mais importantes grupos de fungos fitopatógenos, contudo, sua ocorrência em hospedeiros silvestres tem sido menos estudada. O objetivo deste trabalho foi a caracterização morfológica e molecular de espécies de Colletotrichum provenientes de vegetação de Mata Atlântica coletadas, principalmente, no Parque Natural Municipal do Curió (PNMC) de Paracambi e outros municípios do Estado do Rio de Janeiro, com sintomas de antracnose. As amostras foram trazidas ao laboratório e observadas sob microscópios estereoscópicos para identificação de corpos de frutificação característicos de Colletotrichum sp., onde realizou-se cortes finos do material vegetal à mão sob o mesmo ou no Micrótomo Criostático, a fim de montar-se lâminas para estudo, corando-se a amostra com azul de algodão e cobrindo-se com uma lamínula para observação das estruturas do fungo em microscópios óticos. As medidas das estruturas fúngicas foram tomadas através de ocular micrométrica. As amostras fúngicas foram isoladas em meio BDA (Batata-dextrose-ágar) para a caracterização cultural e, a cultura de apressórios foi realizada em lamínula para observação da sua formação. Os espécimes botânicos foram identificados e as amostras do material vegetativo foram herborizadas e incorporadas ao Herbário Fitopatológico Verlande Duarte Silveira (UFRJ) situado no Departamento de Entomologia e Fitopatologia (DENF), Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Os isolados fúngicos foram transferidos para tubos de ensaio com meio BDA, inseridos na coleção micológica do DENF e conservados pelo método de Castellani. Os 16 isolados foram identificados neste estudo pelos códigos CC201801 ao CC201816. Técnicas moleculares foram empregadas para a extração de DNA, amplificação por PCR da região ITS1-5.8S-ITS2 (Internal Transcribed Spacer) do rDNA usando-se os primers ITS1 e ITS4 e sequenciamento no 3500 Applied Biosystems. Os contigs obtidos foram montados no programa BioNumerics 7.0 (Applied Maths – bioMérieux) e a análise filogenética foi conduzida no programa MEGA X. A análise filogenética foi realizada usando-se o método da máxima verossimilhança baseado no modelo de Tamura-Nei, sendo utilizadas as sequências ITS obtidas no GenBank através do código de acesso descrito em trabalhos anteriores. A caracterização morfológica identificou que das 16 amostras estudadas, onze ocorrências são relatadas pela primeira vez no mundo (CC201804, CC201805, CC201806, CC201807, CC201808, CC201810, CC201812, CC201813, CC201814, CC201815, CC201816); três pela primeira vez no Brasil (CC201802, CC201803, CC201811) e duas (CC201801, CC201809) pela primeira vez no RJ, nos respectivos hospedeiros. A caracterização molecular indicou que sete isolados se agrupam no complexo de espécies gloeosporioides (CC201801, CC201802, CC201803, CC201806, CC201811, CC201812, CC201815), sete no complexo boninense (CC201804, CC201805, CC201807, CC201808, CC201809, CC201814, CC201816) e o isolado CC201813 diverge de todos pela característica morfológica peculiar do conídio e pela distância na árvore filogenética, sugerindo ser uma nova espécie dentro do gênero Colletotrichum.