Indicadores edáficos e potencial agrícola em áreas do Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (RECA) na Amazônia Ocidental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Couto, Wanderson Henrique do lattes
Orientador(a): Anjos, Lúcia Helena Cunha dos lattes
Banca de defesa: Pereira, Marcos Gervasio, Costa, Falberni de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10688
Resumo: A Amazônia representa o maior remanescente contínuo de floresta tropical do mundo. Os sistemas agroflorestais (SAFs) têm sido propostos para aliar a preservação das florestas a modelos agrícolas sustentáveis. Porém, o desconhecimento do potencial dos recursos naturais tem sido um dos principais elementos para o insucesso dessa atividade. O objetivo do estudo foi gerar informações sobre potencialidade de sistemas agroflorestais no sudoeste da Amazônia, caracterizando áreas de SAF no distrito de Nova Califórnia, em Rondônia. A área do projeto RECA é caracterizada por sedimentos da Formação Solimões e o relevo é de extensas áreas planas ou suave onduladas, com vales pequenos em “V”. Foram realizadas entrevistas para coleta de informações sobre o histórico do assentamento e o manejo da terra por produtores do RECA. Para diminuir a heterogeneidade e amostragem de solos, foram selecionados SAFs com 20 anos de implantação e mesmas características, como composição, estrutura, e espaçamento de 7 x 4 m, além de duas áreas de referência, com mata e pastagem. Em cada área foi aberta uma trincheira para descrição morfológica do solo para fins de classificação e coleta de amostras para avaliações de fertilidade e físicas. Em quatro pontos de cada área de estudo foram realizados testes de resistência mecânica do solo a penetração (RMSP). Foram instaladas três parcelas para identificação de parâmetros silviculturais, circunferência à altura do peito (CAP), diâmetro de copa, altura dos indivíduos e tamanho de folha (somente para o cupuaçu). Os solos foram ainda avaliados quanto a sua potencialidade segundo dois sistemas de avaliação da aptidão agrícola. O modelo de SAF original foi bastante alterado no seu desenho, em função do aumento de experiência dos agricultores com o ambiente amazônico e resultados obtidos, sendo hoje as principais espécies a castanha do Brasil, o cupuaçu e a pupunha. Os solos foram classificados como Latossolos, Argissolos e Cambissolos, todos com argila de baixa atividade e reduzidos estoques de nutrientes, caráter distrófico e as vezes alumínico. Nas áreas de SAF, os valores de RMSP variaram de 0,96 a 4,59 MPa, sendo que na superfície os valores indicam que não há restrição pela RMSP e esta aumenta em subsuperfície. Em geral, os Latossolos mostraram menor RMSP comparados às áreas de Cambissolos e Argissolos. Os atributos químicos não se mostraram bons indicadores para seleção de áreas para implantação de SAFs. Os estoques de carbono do solo até um metro foram aleatórios, embora, com maiores valores, em geral, na área de mata. A comparação entre os sistemas de aptidão SAAAT-SATRA (WADT et al., 2004) e SAAAT (RAMALHO FILHO & BEEK, 1995), mostrou que o primeiro é relevante pela possibilidade de aplicação ao nível de propriedade rural e menor grau de subjetividade, entretanto são necessários ajustes nos parâmetros, regras de decisão e equações de pedotransferência. Os índices silviculturais foram homogêneos nos solos e áreas de SAFs, portanto, não foi possível estabelecer relação entre atributos dos solos e produtividade dos sistemas. Entretanto, o sucesso de alguns agrossilvicultores é evidencia empírica da potencialidade de uso das terras que compõem os SAFs do Projeto RECA. No entanto, são necessários mais estudos com acompanhamento dos índices de produção nas áreas cujos solos foram investigados, para definir melhor indicadores edáficos ou culturais da potencialidade agroflorestal.