Saúde do solo e sustentabilidade de agroecossistemas familiares quilombolas na Amazônia Oriental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Edfranklin Moreira da lattes
Orientador(a): Assis, Renato Linhares de lattes
Banca de defesa: Assis, Renato Linhares de, Pinheiro, Érika Flávia Machado, Feiden, Alberto, Souza, Simão Lindoso de, Silva, Luís Mauro Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20808
Resumo: Esta tese se insere aos estudos sobre saúde do solo e sustentabilidade de agroecossistemas na Amazônia Oriental. Na região amazônica, as comunidades camponesas enfrentam uma crise nos sistemas tradicionais de gestão e manejo da fertilidade do meio natural baseado no sistema técnico de corte e queima, questionando a sustentabilidade dos agroecossistemas. Para fazer frente a esses desafios, observam-se mudanças nas práticas agrícolas nos sistemas de produção locais, em especial com adoção de sistemas agroflorestais. Diante de tal cenário, a questão-problema desta tese é: como evoluem as práticas de manejo das terras agrícolas e quais os impactos sobre a saúde do solo e a sustentabilidade dos agroecossistemas em comunidades quilombolas na Amazônia Oriental? A hipótese central é que as mudanças no uso da terra e as estratégias socioprodutivas dos agricultores quilombolas melhoram a saúde do solo. Dessa forma, o objetivo central desta tese é analisar as práticas de manejo do solo e os seus impactos na saúde do solo e na sustentabilidade de agroecossistemas quilombolas na Amazônia Oriental. Tendo como objetivos específicos: i) avaliar as práticas atuais e as transformações de manejo das terras agrícolas; ii) identificar e avaliar as percepções locais sobre o papel do solo na sustentabilidade dos agroecossistemas; iii) promover a integração de métodos analíticos e de avaliações participativas em campo na construção de conhecimentos sobre a saúde do solo. A referência empírica da pesquisa é a Comunidade Quilombola Oxalá de Jacunday, Moju, Pará. O aporte teórico-analítico da agroecologia e da etnopedologia orientou a pesquisa e a discussão dos resultados obtidos. Tais resultados são apresentados em três capítulos: Capítulo I avaliam-se as transformações nas formas de uso da terra e as estratégias socioprodutivas adotadas pelas famílias agricultoras; Capítulo II avalia-se a saúde do solo a partir de quatro parcelas representativas das formas de uso da terra pelos agricultores quilombolas, tendo como indicadores centrais a macrofauna do solo e a avaliação da estrutura do solo; Capítulo III analisa-se a co-construção do conhecimento sobre saúde do solo, a partir de metodologias participativas e do diálogo de saberes. A pesquisa participativa com os agricultores mostrou que as práticas agrícolas passaram por diversas mudanças devido a fatores tanto internos aos agroecossistemas, quanto fatores externos como pressão por empresas agroindustriais, abertura de estradas e a política de reconhecimento de territórios tradicionais. O sistema de corte e queima está em declínio, as famílias se especializaram na produção de mandioca para a confecção de farinha. Assim, as práticas agrícolas têm evoluído para sistemas mais diversificados, que podem proteger o solo, como é caso dos sistemas agroflorestais. Desse modo, os resultados confirmam a hipótese de que as famílias quilombolas têm conseguido manter a saúde do solo com suas práticas.