A caminho do campo: as relações entre reforma agrária e migrações rural-urbano-rural e urbano-rural. Um estudo de caso em Campos dos Goytacazes - RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Aquino, Silvia Lima de lattes
Orientador(a): Costa Neto, Canrobert Penn Lopes lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11679
Resumo: Esta dissertação teve por objetivo examinar a relação existente entre o estabelecimento de assentamentos de reforma agrária e as migrações rural-urbano-rural, urbano-rural, bem como a permanência de indivíduos no campo. Para tanto, optou-se por uma análise qualitativa, fundamentada no ponto de vista dos próprios assentados a respeito de suas trajetórias migratórias. Desta forma, empreendemos, inicialmente, uma discussão cujas temáticas principais foram o par rural-urbano e as migrações e, assumimos como referenciais teóricoconceituais a categoria identidade, bem como os conceitos de trajetória e habitus, formulados por Pierre Bourdieu. O trabalho de campo foi realizado nos Assentamentos Che Guevara e Ilha Grande, ambos situados em Campos dos Goytacazes, município pertencente à região Norte Fluminense. Por meio de entrevistas semiestruturadas e da observação participante, foram colhidos depoimentos dos assentados, o que permitiu a reconstituição de suas trajetórias e, ao mesmo tempo, a avaliação de percepções, significados e representações que envolvem os itinerários descritos. Assim, constatamos que para os assentados existe uma estreita relação entre a conformação dos assentamentos estudados e a migração para o campo a partir de 1998. Ao descreverem suas trajetórias, os assentados tomam o trabalho como um referencial. Deste modo, concepções sobre o rural e o urbano são explicitadas e diferenciações são estabelecidas. A cidade é então caracterizada como um espaço em que prevalece o controle do tempo e a agitação, ao passo que o campo é adjetivado como um local de liberdade, ainda que relativa, e tranqüilidade, apesar do trabalho ali ser considerado muito mais exaustivo. Este atributo conferido ao campo relaciona-se, em certa medida, com a oportunidade econômica de manter-se por meio do trabalho na agricultura e, com o peso simbólico de ser proprietário de um pedaço de terra. Por isso, embora existam vertentes teóricas que apregoam o fim das fronteiras entre campo e cidade, para os assentados, estas são manifestas, o que evidencia a permanência de relações peculiares a cada um destes espaços, ainda que sejam reatualizadas.