Influência da interceptação horizontal na determinação de zonas de umidade em bacias hidrográficas da Serra do Mar, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cortines, Erika lattes
Orientador(a): Valcarcel, Ricardo lattes
Banca de defesa: Sylvestre, Lana da Silva, Fontes, marco Aurélio Leite, Bohrer, Claudio Belmonte de Athayde, Silva, Leonardo Duarte Batista da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9379
Resumo: A Floresta Montana do Rio de Janeiro apresenta influências dos eventos atmosféricos regionais propiciados pelas interações entre escoamento de massas de ar e efeitos orográficos da Serra do Mar a barlavento e com menor intensidade a sotavento (bacia do rio Paraíba do Sul). A topografia associada aos deslocamentos dos ventos nas bacias aéreas propiciam efeitos locais na umidade, principalmente nos meses sem chuvas. A umidade proveniente da interceptação de nevoeiros (interceptação horizontal - IH) e formação de chuva oculta, influenciando a vegetação e seus serviços ambientais. O objetivo deste estudo foi avaliar a influencia da IH no comportamento da vegetação arbórea e epifítica, identificando os seus setores influentes, a partir da topografia e tamanho dos fragmentos florestais (Capitulo 1), medição in situ da IH (Capitulo 2), composição floristica (Capitulo 3) e cobertura de epífitas como bio-indicadoras (Capitulo 4). Os resultados apontaram que a orientação das vertentes e a proximidade do interfluvio foram os fatores que mais influenciaram a IH, tamanhos e composições dos fragmentos, onde 98 % dos mesmos se encontram nas vertentes (V) Sudeste e Sudoeste. Foram registradas 116 espécies arbóreas, sendo a vertente norte (VN) (81 espécies) mais biodiversa que a vertente sul (VS) (76). Destas, 43 foram comuns (40% de similaridade florística), 34 exclusivas da VN e 31 exclusivas da VS. A família mais abundante foi Myrtaceae (16 espécies), seguida por Lauraceae (15) e Melastomataceae (9). Os maiores valores de VI nas VS/VN foram: Euterpe edulis (51,9/ 29,3), Myrcia splendens (20,4/ 14,6), Alchornea triplinervia (14,4/27,1) e Guapira opposita (10,5/18,3). A freqüência e tipos de epífitas indicaram umidades acumuladas distintas nas áreas, onde os musgos/liquens predominaram nas vertentes mais/menos úmidas respectivamente. Na VS os musgos colonizam uniformemente os troncos, enquanto na VN se desenvolveram nos locais com acúmulo de matéria orgânica e nas bases das árvores. As VS apresentaram valor máximo interceptado (IH) 74% superior a VN em dias sem precipitações pluviométricas, possuindo papel funcional distinto nas bacias hidrográficas, que poderiam ser incorporados nos planejamentos de uso dos territórios dos seus municípios beneficiando não apenas eles, mas a própria bacia do rio Paraiba do Sul.