Interações entre diásporos e formigas em floresta secundária na Ilha da Marambaia - Mangaratiba / RJ, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Bianca Ferreira da lattes
Orientador(a): Freitas, André Felippe Nunes de lattes
Banca de defesa: Mello, Marco Aurélio Ribeiro, Queiroz, Jarbas Marçal de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11381
Resumo: Entre os diversos táxons que interagem entre si, formigas e angiospermas possuem uma longa história evolutiva conjunta, iniciada desde o período Cretáceo, e que atualmente incluem desde relações antagonistas até relações mutualistas. Interações entre formigas e diásporos resultam em diversos benefícios para as plantas, como a dispersão de suas sementes. Nosso objetivo foi identificar quais as espécies de formigas interagem com as espécies de diásporos existentes em um trecho de floresta secundária, na Ilha da Marambaia, RJ. Além de identificar os participantes da rede de interações, procuramos determinar a influência de fatores, como a quantidade de recursos disponíveis na área de estudo e as variáveis climáticas sobre o total de interações (capítulo 1). Selecionamos quatro espécies de diásporos com o objetivo de determinar quantos são removidos, o sítio final de deposição e a distância de remoção desses diásporos (capítulo 2). Registramos 675 interações entre 43 espécies de formigas e 22 espécies de plantas. As espécies Pheidole sp4, Pheidole radoszkowskii e Wasmannia auropunctata foram mais comuns nas interações. Entre as plantas, Guarea guidonia e Miconia prasina recebem a maior quantidade de interações. As variáveis abióticas, como luz e temperatura, não alteram o número de interações. A disponibilidade de recursos no ambiente também não influencia, mas a riqueza de diásporos disponibilizados leva a maiores quantidades de registros de interações. As espécies de plantas possuem, em sua maioria, taxas consideráveis de remoção após cair no solo. Contudo, as distâncias carregadas por formigas foram pequenas, alcançando no máximo quatro metros e o destino final de deposição dos diásporos foram os ninhos, geralmente. As formigas exercem um papel importante na etapa de reprodução das plantas. A rápida remoção dos diásporos ou a limpeza deles diminui as chances de ataque por patógenos, favorecendo à germinação. Mesmo as pequenas distâncias removidas por formigas são suficientes para retirar os diásporos de zonas de grande predação e alta competição. A deposição dos frutos nos ninhos pode ser determinada como dispersão direta, já que algumas espécies germinam em áreas mais próximas a ninhos do que em áreas adjacentes, sem ninhos. As áreas de ninhos possuem características diferenciadas como a penetrabilidade do solo e quantidade de nutrientes disponíveis no solo, favorecendo o crescimento de plântulas nessas áreas. As formigas são, desta forma, possíveis agentes de um processo de dispersão e a sua grande abundância nos solos das florestas pode levar a acreditar na força que essas espécies exercem sobre as espécies de diásporos em ambientes florestais.