Efeito da aplicação de ocitocina durante a ordenha sobre a eficiência reprodutiva de vacas mestiças submetidas à inseminação artificial em tempo fixo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mascarenhas, Leandro Mendes lattes
Orientador(a): Botteon, Rita de Cássia Campbell Machado
Banca de defesa: Botteon, Rita de Cássia Campbell Machado, Brandão, Felipe Zandonadi, Mello, Marco Roberto Bourg de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11936
Resumo: Em vacas, o “período crítico” do ciclo estral determinado pelo estado fisiológico em que deve ser definida a manutenção do corpo lúteo (CL) e da prenhez ou a luteólise e um novo estro ocorre 15 a 19 dias após a ovulação. Os mecanismos envolvidos com a luteólise prematura e regressão do CL ainda não estão complemente compreendidos. È provável que a regressão precoce do CL esteja relacionada à liberação de PGF2a pelo endométrio mediada por concentrações mais baixas de receptores de P4, maiores concentrações de receptores de OT, ou ambos, no endométrio. Assim, receptores uterinos para a P4 e OT podem influenciar a secreção de PGF2a a partir do 10º dia do ciclo, período em que o CL é mais sensível à ação luteolítica da PGF2a. Objetivou-se avaliar o efeito da OT exógena, no pós-parto de vacas mestiças sobre a eficiência reprodutiva, com ênfase no período do reconhecimento materno da gestação. O experimento foi conduzido em Bom Jesus do Itabapoana, Região Noroeste Fluminense entre setembro de 2013 e janeiro de 2014. Vinte e quatro vacas foram inseridas em um programa de IATF (D0 - dispositivo intravaginal liberador de progestágeno + benzoato de estradiol (BE - 2 mg, i.m.); D8 - remoção do dispositivo intravaginal e aplicação de PGF2a (0,526 mg, i.m.); D9 - BE (1 mg, i.m.); D10 – IA). Após a ovulação, as vacas foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos: GO (n=12): 25 UI ocitocina, i.v., na ordenha da manhã e da tarde; GC (n=12): sem OT. Avaliações ultrassonográficas foram realizadas nos dias 10, 15, 18, 28 e 42. O diâmetro do CL foi calculado pela média dos maiores eixos e os volumes (vol.) por meio da fórmula para volume de uma esfera (V= 4/3p x (D/2)3), em que D é o diâmetro médio (DM) do CL. No dia 28 foi realizado o diagnóstico da gestação, confirmada aos 45 e 60 dias. Observou-se no GC um aumento do DM do CL entre os dias 10 e 18. No GO o DM do CL diminuiu entre os dias 10 e 15 e a maioria das vacas manifestaram cio antes do dia 18 (9/12 – 75%), sendo seis (50%) com retorno ao cio entre os dias 15 e 18. O vol. do CL foi maior nas vacas do GC em todos os momentos com diferença significativa (p<0,05) em relação ao GO no dia 15. As vacas do GC tiveram o vol. do CL maior em todos os momentos e obtiveram uma maior taxa de prenhez (41,7%) comparativamente ao GO (25%). As taxas de fecundação e manutenção da gestação até o 42o dias evidencia a baixa eficiência reprodutiva no GO em relação ao GC (p=0,0022). Com sucessivas inseminações aos 90 dias uma e sete vacas estavam vazias no GC (8,33%) e GO (58,3%), respectivamente. O padrão de desenvolvimento e regressão do CL confirma o envolvimento da OT na atividade reprodutiva de vacas em lactação. A baixa eficiência reprodutiva no GO deve-se provavelmente à ação da OT, confirmando a hipótese de que a OT exógena pode inibir o reconhecimento materno da gestação.