RACISMO NAS INFÂNCIAS: O que a formação docente tem a ver com isto?
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20123 |
Resumo: | Este trabalho de dissertação, uma pesquisa qualitativa em educação, teve como objetivo investigar a cerca das discussões que envolvem a formação docente sobre as implicações do racismo institucional e estrutural para as infâncias escolares na cidade do Rio de Janeiro. Buscamos, mais especificamente, levantar pesquisas voltadas às seguintes temáticas, formação docente-racismo-infâncias, bem como as políticas públicas voltadas às mesmas; nesse âmbito, considerou as relações existentes entre o Plano de Ação Anual e o Projeto Político Pedagógico (PPP) municipal das unidades pesquisadas. Analisou, a partir dos trajetos da pesquisa, incluindo as falas de docentes das unidades, a formação como enfrentamento do racismo nas infâncias escolares. Foram utilizados três instrumentos de pesquisa: diário de campo, questionários e entrevistas semiestruturados. A leitura dos dados coletados foi interpretada, seguindo os indícios observados nas narrativas dos depoentes, e considerando o paradigma indiciário de Ginzburg. Buscou-se compreender qual o papel das professoras no processo educativo tendo como foco a formação docente no combate ao racismo. Selecionamos duas unidades de educação infantil pública (Creche e Espaço de Desenvolvimento Infantil – EDI), na Zona Oeste do munícipio do Rio de Janeiro, para o trabalho de campo com intuito de escuta sensível dos profissionais da educação que atuam diretamente com as crianças. No referencial teórico, optamos pelos intelectuais que tratam da formação docente, como Antônio Nóvoa, Maurice Tardif, Vera Candau, entre outros; das infâncias, tais como Del Priori e Eliane Cavalleiro; do racismo institucional e estrutural, no diálogo com Nilma Lino Gomes e Carmichael e Hamilton, e das politicas públicas sobre as relações étnico-raciais nas infâncias com base na Lei 10.639/03, do Parecer CNE/CP n. 3/2004, que instituíram as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Incluiu-se o Plano de Ação Anual e o PPP das unidades investigadas, e, realizamos a revisão de literatura, assim como os estudos exploratórios nas plataformas CAPES, SCIELO e SUCUPIRA por meio do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares – PPGEDUC. Ousa-se dizer que a educação brasileira está arraigada em pilares tradicionais conservadores e a proposta de educar para emancipar, dentro de uma perspectiva progressista, ainda acontece de forma tímida. O “modelo de educação” constituído neste país ainda não abarca a diversidade das relações étnico-raciais do ponto de vista histórico, social, cultural e econômico. A pesquisa revelou que o racismo impera tanto de forma institucional quanto estrutural e que o entrelaçamento dos dois gera, no espaço escolar, o “racismo natural”, aquele que silencia e normaliza a discriminação e o preconceito às outras culturas, distintas das que a escola pública está acostumada a transmitir, validar, continuar e disseminar. Concluímos que os primeiros passos estão sendo dados, mas que em relação ao processo formativo dos docentes ainda apresenta ineficiência para atuar de forma antirracista na escola. |