Oficinas em saúde mental: uma proposta genealógica do fazer artesanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Geruza Valadares lattes
Orientador(a): Câmara, Marcus Vinícius de Araújo lattes
Banca de defesa: Magalhães, Fernanda Canavêz de, Almeida, Marcus Vinícius Machado de, Rodrigues, Victor Hugo Guimarães
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14439
Resumo: Com o movimento da Reforma Psiquiátrica são criados os Centros de Atenção Psicossociais que tomam as oficinas de criação como importantes dispositivos de acolhimento dos sujeitos em sofrimento mental. O objetivo deste trabalho é problematizar o funcionamento das oficinas criação, questionando em que condições os fazeres constituem ou não um dispositivo de promoção de autonomia e inclusão social no campo da Saúde Mental. Com a proposta de pesquisar os discursos/práticas que norteiam uma visão de desvalorização das atividades manuais e que operam a dominação e captura de subjetividades, através do imperativo capitalista de produção, adotamos a metodologia genealógica de Foucault – que consiste na análise histórica de saberes e práticas – para investigar as condições de possibilidades que promoveram a desvalorização do fazer manual na clínica e a consequente dissociação entre este e o fazer intelectual. Nossa aposta consiste em realizar a análise do trabalho como ontologia, encontramos no Movimento de Artes e Ofícios (MAO) pressupostos para pensar outras relações do sujeito com o trabalho e o fazer manual. O MAO propõe a valorização do fazer artesanal como alternativa ao trabalho mecânico e estereotipado da época industrial que empobrecia as experiências do homem em suas ações cotidianas. Acreditamos que a pesquisa sobre o fazer artesanal, possa contribuir para a análise do uso das atividades manuais sob a perspectiva histórico-política do fazer manual, como dispositivo que promova a autonomia e inclusão social. Entendemos que a pesquisa sobre a atividade artesanal a partir da concepção do trabalho como ontologia, permita ampliar os conhecimentos da Saúde Mental sobre a relação do sujeito com o fazer, assim como contribuir para análises mais potentes acerca do fazeres nas oficinas de criação.