Produção de biomassa e eficiência de uso dos nutrientes em plantios puros e mistos de Eucalyptus urograndis e Acacia mangium Willd

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Felipe Martini lattes
Orientador(a): Chaer, Guilherme Montandon
Banca de defesa: Chaer, Guilherme Montandon, Silva, Eduardo Vinícius da, Jantalia, Claudia Pozzi
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11284
Resumo: Neste estudo foi testada a hipótese de que os plantios mistos de eucalipto com Acacia mangium, em condições bioclimáticas propícias para o desenvolvimento de ambas as espécies, promovem interações de facilitação e complementaridade levando à maior produção de biomassa aérea e melhor eficiência de uso dos nutrientes do solo, em relação aos monocultivos das mesmas espécies. Um experimento em blocos casualizados foi montado em janeiro de 2009 em Seropédica, RJ, onde a temperatura média anual do sítio varia em torno de 25°C, com umidade relativa do ar média superior a 80% e precipitação acumulada anual média de 1370 mm. Foram estabelecidos plantios puros de Eucalyptus urograndis, com ou sem adubação nitrogenada (120 kg N ha-1) (E100 e E100+N, respectivamente), e de Acacia mangium (A100), uma leguminosa que forma simbiose com bactérias fixadoras de N atmosférico. Ademais, foram estabelecidos dois arranjos com as espécies em plantio misto: um apresentando 50% da densidade de plantio de árvores de cada espécie (E50A50 – 1.111 árvores ha-1) e outro mais adensado, com 100% da população das duas espécies (E100A100 – 2.222 árvores ha-1). O crescimento, a produção de biomassa e a eficiência de uso dos nutrientes foram avaliados ao longo de uma rotação completa. As interações de facilitação e complementaridade nos plantios mistos foram temporalmente dinâmicas favorecendo a produção de biomassa pelos plantios mistos com o avanço da idade. A partir de 40 meses do plantio, o eucalipto em E50A50 encontrou melhores condições para o seu crescimento e, ao final da rotação, igualou em altura e superou em diâmetro à altura do peito (DAP) as árvores de eucalipto que receberam fertilização nitrogenada (E100+N). As condições edafoclimáticas do sítio sustentaram um melhor crescimento da acácia em relação a plantios já realizados em outras localidades no Brasil. Este fato levou a uma produção global de biomassa de tronco do plantio E100A100 similar à produzida pelo eucalipto em E100+N. Ademais, a produção global de madeira em E50A50 foi semelhante ao E100 no final da rotação. O eucalipto em E50A50, apesar de possuir a metade da população de árvores (555 árvores ha-1), acumulou a mesma quantidade de nutrientes na biomassa total da parte aérea que E100, sugerindo uma menor limitação de nutrientes para o crescimento do eucalipto no plantio misto. Já o eucalipto em E100A100 não acumulou proporcionalmente maiores quantidades de nutrientes em relação ao E50A50, possivelmente pela maior competição intra e interespecífica neste arranjo de plantio mais adensado, onde a área ocupada por árvore foi de apenas 4,5 m² (espaçamento 1,5 m x 3 m). O aporte de nutrientes via serapilheira foi maior nos plantios mistos, especialmente de N e K, indicando uma maior ciclagem e disponibilidade de nutrientes em relação às monoculturas, principalmente após os 30 meses de plantio. Aos 60 meses, o eucalipto plantado em E50A50 foi mais eficiente no uso dos nutrientes N, P, K e Mg em relação a E100. Entretanto, os povoamentos mistos como um todo diminuíram a eficiência de uso de N, em razão do enriquecimento desse nutriente no solo promovido pela acácia.