Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Nobre Júnior, Antonio de Almeida
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Orientador(a): |
Guerra, José Guilherme Marinho
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia
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Departamento: |
Instituto de Agronomia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10026
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Resumo: |
A reconstituição histórica da olericultura orgânica na região Serrana Fluminense, particularmente nos municípios de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto, visou a reunir elementos capazes de explicar alguns fenômenos relativos à evolução dos agroecossistemas locais, a partir da consulta de documentos e entrevistas com agricultores e outras pessoas escolhidas em virtude da experiência profissional e pessoal no movimento orgânico. A maioria das unidades de produção certificadas pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (ABIO) desenvolve a olericultura orgânica, cerca de 180 produtores, em imóveis de quatro hectares, em média, principalmente nos núcleos do Brejal (município de Petrópolis) e Nova Friburgo, enquanto que a menor quantidade de produtores encontra-se no município de São José do Vale do Rio Preto. A organização da cadeia produtiva deve considerar que a olericultura orgânica é uma atividade diversificada, em pequena escala, de baixo valor agregado, exercida principalmente por agricultores familiares amplamente distribuídos no território. Isto exige complexa logística de produção, processamento, comercialização, transporte e distribuição. Neste sentido, o processo de gestão da produção orgânica fluminense tem apresentado avanços e retrocessos na busca de soluções coletivas. Em 1979, foi publicado o manifesto ‘Comida sem veneno’. Em 1980, surge o primeiro ponto de venda de produtos orgânicos. Em 1981, a Cooperativa de Consumidores da Associação Harmonia Ambiental – Coonatura – estrutura um núcleo de produção de alimentos ecológicos, na localidade do Brejal, distrito de Posse, no município de Petrópolis. Em 1984, foi elaborada a Carta de Petrópolis, durante o II Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa. Em 1985, foi fundada a ABIO, em Nova Friburgo. Em 1986, a Coonatura amplia os núcleos de produção. O sistema associativo de conversão dos sistemas de produção convencionais para o manejo orgânico baseava-se no co-arrendamento, fornecimento de esterco, sementes, pagamento de diárias, horas-extras e comissão por produção para os agricultores, que eram assessorados por um corpo próprio de assistência técnica e extensão rural. A Eco-92 foi um marco para articulação do movimento orgânico. Em 1993, a Coonatura contava com 2800 consumidores associados, central de comercialização e fornecimento do serviço de entrega domiciliar. Em 1994, a Coonatura e ABIO criaram a Feira Ecológica da Glória. Em 1999, foi criada a Associação de Produtores Orgânicos do Vale do Rio Preto, que passou a comercializar produtos da marca Horta Orgânica, em supermercados. Desta forma, a organização do sistema de produção e comercialização de olerícolas orgânicas evoluiu de apenas um ponto de venda (1980), passando para uma estrutura com diversos pontos (1993), feiras especializadas (1994) e atendimento da demanda por meio da comercialização em supermercados (2000). O movimento orgânico, particularmente a olericultura, tem aprendido e ensinado algumas lições: instituições gerenciadas por pessoas idealistas precisam de assessorias técnicas; a capacitação continuada (formal e informal) é fundamental; novos arranjos produtivos e institucionais de caráter solidário precisam ser desenvolvidos e o associativismo fortalecido. A história da olericultura orgânica tem raízes no associativismo entre produtores e consumidores, o que tem possibilitado a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares, na Região Serrana Fluminense. |