Fermento da massa: ecumenismo em tempos de ditadura militar no Brasil, 1962-1982

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Brito, André Souza lattes
Orientador(a): Damasceno, Caetana Maria lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14049
Resumo: Este trabalho visa, dentre outros objetivos, analisar a categoria ecumenismo enquanto um objeto multifacetado historicamente construído no tempo e no espaço por diferentes atores e instituições sociais. Inicialmente, tentou-se recuperar algumas noções fundamentais contidas na referida categoria histórica, sobretudo, a partir da perspectiva católica observada, em especial, nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Posteriormente, a intenção foi compreender de que maneira tal projeto institucional de ecumenismo católico foi lido por certas agências e Igrejas protestantes no Brasil durante a ditadura militar. Ao longo da pesquisa utilizamos, sobretudo, documentação de duas naturezas para analisar o período histórico compreendido entre os anos de 1962 e 1982. A primeira constitui-se de periódicos do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI) e, a segunda, de documentos dos órgãos de informação e segurança do regime militar, os quais integravam a então chamada comunidade de informações e de segurança. Foi possível verificar que ao longo do regime militar processou-se a aproximação entre segmentos do catolicismo e certos grupos protestantes, a maior parte deles motivada, sobretudo, pelas premissas da Teologia da Libertação e do ecumenismo. Um dos resultados dessa aproximação possibilitou atividades conjuntas de cunho contestatório ao regime, principalmente em práticas de apoio aos movimentos sociais. Outra conseqüência da atuação desses cristãos protestantes e católicos, sobretudo pela dimensão política das ações, foi que chamaram a atenção da comunidade de informações e de segurança e, conseqüentemente, estiveram sob sua suspeita. Com efeito, ainda que as noções de ecumenismo calcadas no ideal de busca de unidade entre os cristãos e da Teologia da Libertação possam sugerir tratar-se de conceitos estritamente religiosos, a análise da documentação foi capaz de desconstruir tal suposição. Desse modo, e essa talvez seja a principal proposta do presente trabalho, pretende-se analisar e compreender as diversas formas pelas quais pastores e leigos protestantes, leigos e bispos católicos, outros religiosos foram representados nos documentos de alguns órgãos do regime militar.