Sócrates médico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Serra, Luciano Torcione lattes
Orientador(a): Costa, Admar Almeida da
Banca de defesa: Costa, Admar Almeida da, Azar Filho, Celso Martins, Haddad, Alice Bittencourt, Pinheiro, Marcus Reis
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13473
Resumo: Investigamos as características médicas na ação socrática, seguindo parte da obra platônica e recorrendo a especialistas que ao longo do século XX exploraram o campo novo da ciência em Platão, notadamente seu acompanhamento atento à arte médica de sua contemporaneidade. Com avanços a Epiteto, Galeno e Sexto Empírico, e retornos a Empédocles e Zenão de Eléia, a pesquisa pela medicina no Sócrates platônico coincide em parte com a pesquisa pelo Sócrates mínimo, espalhado no seu método por estes autores que revelam como características principais uma fisicalidade permanente à suposta abdicação em favor do estudo do conceito e relacionada às práticas dos ofícios, bem como uma visualidade especial ligada ao discurso, que numa composição singular parecem tornar seu método clínico factível. Em conexão, Epiteto e Empédocles fazem perceber uma concepção de ceticismo positivo que se relaciona à sepse natural e à assimilação péptica, expondo as palavras deste mesmo tema éps, em paralelo a seus respectivos aspectos prevalentes de ceticismo negativo, sepse induzida e assimilação noética. Esse vínculo, agora surpreendente, garante a conexão entre o meio lógico-discursivo usualmente associado à filosofia e o meio experimental usualmente associados à medicina. Platão opera sobre os jargões técnicos dos ofícios fazendo termos operatórios de caráter propriamente filosófico, aptos e ativados para aplicação de noções como homoiósis, assimilação por analogia, e outras, sobre uma diversidade de temas, dentro de atitude político-diagnóstica comprometida com o par homem-cidade numa empreita clínica, que debate e incorpora recursos da guerra, da peste e da tragédia, âmbitos para cujas transições ao quarto século ele se mostra um principal catalizador através da ação socrática. O investimento metódico na visualidade enseja o acompanhamento e reelaboração dos argumentos de Zenão, da noção generalizada de esquema, de uma conveniência da cátharsis concomitante à refutação e anamnese, da concepção empedoclítica de ceticismo negativo ligado à sepse natural que faz somar à distinção escópica, antes retórica e cética, a divisão séptica positiva dos humores e ventos inexaminados, agora diagnóstica.