Considerações sobre a química de Brachiaria humidicola e efeitos alelopáticos sobre leguminosas tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ribeiro, Roberta Cristiane lattes
Orientador(a): Carvalho, Mario Geraldo de lattes
Banca de defesa: Espíndola, José Antonio Azevedo, Moraes, Luiz Fernando Duarte de, Rossielo, Roberto Oscar Pereyra, Lima, Helena Regina Pinto
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
Departamento: Instituto de Ciências Exatas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14040
Resumo: O conhecimento do perfil alelopático pode melhorar o uso de espécies de gramíneas e leguminosas com pouca atividade alelopática entre si, podendo assim, resultar em um consórcio mais equilibrado e duradouro. Com base nesses aspectos, estruturou-se o presente trabalho, assumindo-se, como hipótese, que a Brachiaria humidicola, seus extratos, frações ou substâncias extraídas da gramínea possuem efeito alelopático sobre leguminosas tropicais (Stylosanthes spp., Desmodium ovalifolium, Macrotyloma axillare, Calopogonio mucunoides e Cajanus cajan). Para testar essa hipótese foram desenvolvidos experimentos em laboratório ou casa de vegetação, para demonstrar o efeito alelopático dessa gramínea, além de verificar, dentre as leguminosas avaliadas, a mais tolerante. Foram obtidos extratos brutos, frações e substâncias isoladas a partir de extração exaustiva e sucessiva a frio com solventes orgânicos. As amostras foram submetidas a diferentes técnicas de identificação de substâncias como a prospecção fitoquímica, utilização de RMN 1H e 13C, CG-EM e pela técnica de eletroforese capilar. Os componentes voláteis foram obtidos por hidrodestilação a partir de material vegetal fresco. Apesar da análise com prospecção química caracterizar apenas qualitativamente os metabólitos ou classes deles, esta técnica, aliada a RMN 1H e 13C orientaram a interpretação dos eventos biológicos que ocorreram nos bioensaios de germinação. Embora os ácidos cinâmicos e seus derivados não tenham sido identificados com precisão nas técnicas de prospecção e RMN, é provável que os efeitos inibitórios, observados estejam associados a eles. De acordo com os resultados da eletroforese capilar as menores concentrações de compostos fenólicos foram detectadas nos extratos aquosos de semente. Enquanto que a maior concentração foi encontrada no extrato metanólico da parte aérea. Para os extratos brutos da parte aérea, raiz e sementes, as leguminosas mais sensíveis foram Stylosanthes spp. seguindo de C. mucunoides. Já a mais tolerante foi a M. axillare. As amostras de saponinas obtidas das raízes de B. humidicola apresentaram elevada capacidade inibidora. Foi observada uma relação semelhante entre o controle e avaliações com flavonoides em M. axillar. O hidrolato e a água de decocção de partes de B. humidicola (raiz, parte aérea e semente) mostraram efeito inibitório sobre as espécies receptoras. Água de decocção, principalmente, obtida a partir da raiz, resultou em maior efeito inibitório. Em contraste, o hidrolato de semente mostrou menor atividade alelopática. Nos experimentos realizados em casa de vegetação, a presença de palha de B. humidicola no substrato de cultivo inibiu de modo intenso o crescimento e a produção de massa seca de C. cajan e Stylosanthes spp. Leituras de clorofila, em particular, a relação clorofila a/b, pode ser utilizada como índice do efeito alelopático de B. humidicola sobre a leguminosa C. cajan. A resposta positiva dos flavonoides frente a germinação de L. sativa e M. axillare mostra a tendência que estudos de melhoramento devem priorizar sobre gramíneas que favoreçam a biossíntese desse metabólito.