Para além do “bê-a-ba”, “B” de Brasil, “A” de África: relações étnico-raciais nos anos iniciais do ensino fundamental
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13152 |
Resumo: | O ensino de história e cultura africana e afro-brasileira tornou-se obrigatório no Brasil a partir da promulgação da Lei nº 10639/2003, fruto da articulação dos movimentos sociais negros que ganharam força no período pós-ditadura militar no país. A presente dissertação trata da implementação da referida lei no município de Belford Roxo, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro, com um olhar específico para os anos iniciais. O objetivo principal da pesquisa foi analisar o posicionamento dos professores e professoras dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano do ensino regular), da rede municipal de Belford Roxo, em relação as questões étnico-raciais, conforme sinaliza a Lei nº 10.639/2003. Para isso foram analisados documentos referentes às atividades de implementação da legislação no município e a Proposta Curricular. Além dessa análise documental dois gestores responsáveis pela implementação da legislação, em dois governos distintos, responderam a um questionário semifechado, e foram entrevistados quinze docentes dos anos iniciais, com um instrumento de questões semiestruturadas, A análise dos dados coletados foi feita com base no referencial teórico estruturado no posicionamento de autores que discutem a relação da Modernidade com a Colonialidade, e a interculturalidade crítica. A pesquisa revelou que uma visão eurocêntrica do mundo interfere na escolha de conteúdos e na interpretação da história da África e do negro no Brasil; somente a partir da promulgação da lei supracitada, os docentes dos anos iniciais começaram a atentar para as relações étnico-raciais e para a história do continente africano e dos negros em nosso país; a falta de formação e informação, o racismo e o preconceito religioso são os principais problemas para a implementação da lei. Além desses resultados, também ficou evidente o papel indutor da secretaria municipal de educação para o tratamento dado a questão. Apesar desse papel, a relação com os docentes, para a implementação de políticas públicas de educação, é frágil e demonstra que está longe de ser democrática, pois o docente não participa do processo de discussão e implementação, ficando a ele relegado o papel de executor. Muitas questões foram colocadas no decorrer dessa pesquisa e indicam que outras precisam ser feitas para entendermos o impacto da Lei nº 10639/2003 na educação brasileira em todas as suas instâncias. |