Histoplasmose felina no Rio de Janeiro - Caracterização clínica e análise de técnicas de diagnóstico pouco invasivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Jardim, Mariana Palha de Brito lattes
Orientador(a): Souza, Heloisa Justen Moreira de lattes
Banca de defesa: Souza, Heloisa Justen Moreira de lattes, Oliveira, Águida Aparecida de lattes, Bendas, Alexandre José Rodrigues lattes, Albernaz, Antonio Peixoto lattes, Motta, Olney Vieira da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20164
Resumo: O fungo dimórfico Histoplasma capsulatum é o agente causador da histoplasmose felina. A abordagem diagnóstica da micose comumente é realizada por técnicas que requerem coleta de amostra de forma invasiva, o que em muitas circunstâncias não é compatível com o quadro clínico do animal. A aplicação do ensaio imunoenzimático antigênico (EIA) para Histoplasma, o qual pode ser realizado a partir do soro e da urina, necessita de maiores investigações, visto a eficácia limitada da análise urinária isolada e não existência de estudos que avaliem a antigenúria e antigenemia conjuntamente. Outros testes de diagnóstico, como o imunoensaio enzimático indireto semi-quantitativo de anticorpos da classe IgG para Histoplasma, realizado a partir do soro sanguíneo e o ensaio de fluxo lateral (LFA) para o mesmo agente fúngico, realizado a partir da urina, estão associados a resultados positivos na medicina humana, contudo são inexistentes pesquisas consistentes para gatos domésticos. Objetiva-se caracterizar dados clínicos de felinos com histoplasmose, bem como analisar o ensaio imunoenzimático antigênico para Histoplasma, na urina e no soro destes animais. Ademais avaliar o desempenho de outras técnicas de diagnóstico que requeiram coletas de amostras de forma pouco invasiva, como a análise de anticorpos da classe IgG a partir do soro sanguíneo e o LFA urinário, ambos para Histoplasma, a partir do diagnóstico prévio da micose. Foram selecionados 12 felinos domésticos com diagnóstico de histoplasmose por citologia, histopatologia, cultura fúngica, reação em cadeia da polimerase (PCR), ou resposta terapêutica. Destes animais foram coletados dados clínicos, laboratoriais e de imagem, bem como amostras de soro e/ou urina para realização do EIA sérico e urinário para Histoplasma, do imunoensaio enzimático indireto semi-quantitativo de anticorpos da classe IgG através do soro sanguíneo para Histoplasma e do ensaio de fluxo lateral (LFA) urinário para Histoplasma. Os gatos sem raça definida foram super-representados (8/12=66,7%) e a idade média dos felinos acometidos foi de 6.75 anos, os quais eram sobretudo domiciliados (8/12=83%). A alteração respiratória foi o achado histórico mais comumente relatado (12/12=100%), já o sinal clínico preponderante foi a dispneia (7/12=58,33%). Dentre os achados laboratoriais, a hipoalbuminemia e a linfocitopenia foram predominantes, enquanto a pneumonia foi a anomalia imagiológica majoritária, presente em todos os animais pesquisados (12/12=100%). A apresentação da doença na forma disseminada se fez presente em 8 gatos (66,67%), seguida da pulmonar, a qual acometeu 4 felinos (33,33%). Todos os animais doentes (12/12=100%) foram tratados com antifúngico, sobretudo com o itraconazol e com a anfotericina B, a qual foi associada a nefrotoxicidade. O prognóstico foi sumamente desfavorável, visto que sete gatos (58,3%) sucumbiram a doença. Dos 12 felinos com sangue disponível para análise antigênica 11 (91,67%) apresentaram antigenemia e dos 11 animais em que a urina foi passível de coleta 9 (81,82%) exibiam antígenos urinários, de forma que todos os gatos (12/12=100%) possuíam antígenos séricos ou na urina, assim destaca-se a eficácia desta análise pareada. Das oito amostras submetidas a análise de anticorpos IgG, 5 (62,5%) apresentaram positividade, bem como dos sete felinos avaliados quanto ao LFA, 5 (71,43%) foram positivos.