Efeito anestésico e toxicidade aguda do óleo essencial de citrus sinensis em betta splendens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Rafael Carvalho da lattes
Orientador(a): Ramos, Leonardo Rocha Vidal lattes
Banca de defesa: Ramos, Leonardo Rocha Vidal lattes, Lopes, Jane Mello lattes, Santos, Matheus Pereira dos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Departamento: Instituto de Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20232
Resumo: O óleo essencial de Citrus sinensis (OECS) apresenta propriedades sedativas e anestésicas, constituindo assim, uma alternativa aos anestésicos sintéticos comumente usados em aquicultura. O peixe beta Betta splendens é conhecida pela sua beleza, de grande variedade de conformações corporais e cores, e também pela agressividade demarcada em machos adultos da espécie. Este trabalho teve o objetivo de estudar a toxicidade aguda do óleo essencial de Citrus sinensis em Betta splendens, os tempos de indução e de recuperação da anestesia, sua ação sobre o comportamento agonista de machos adultos e seus efeitos no transporte coletivo de machos desta espécie. No teste de toxicidade aguda para 48h de exposição, foram testadas as concentrações 0 + 540 μL L−1 de etanol (controle), 20, 30, 40, 50 e 60 μL L−1 de OECS, com seis repetições cada, tais concentrações foram definidas a partir de ensaios previamente realizados. Em seguida, foi realizado um ensaio para avaliar os tempos de indução e recuperação da anestesia (N=6), onde foram avaliadas as concentrações 0 + 2700 μL L−1 de etanol (controle), 25, 50, 100, 150, 200, 250 e 300 μL L−1 do OECS, com seis repetições para cada tratamento. A avaliação do comportamento agonista entre machos de B. splendens expostos ao OECS foi realizada através da exposição dos animais ao OECS durante encontros agonísticos, sendo avaliadas as concentrações 0 + 270 μL L−1 de etanol, 10, 20 e 30 μL L−1 de OECS, com seis repetições para cada tratamento. Para o ensaio de transporte coletivo de indivíduos machos durante 6h, foram usadas as concentrações de 0,0 ou 20 μL L−1 de OECS, com quatro repetições cada, e tais dosagens foram definidas com base nos ensaios anteriores. Nesse estudo, foi ainda feita a coleta de brânquias para avaliar possíveis danos histológicos durante a exposição ao OECS no transporte. Em relação ao teste de toxicidade aguda do OECS os resultados mostram que a CL50 48h de OECS foi calculada em 49,17 μl L-1 . No experimento de indução com o OECS, os peixes atingiram diferentes estágios anestésicos, e não foram observadas mortalidades durante a indução ou recuperação dos peixes. Foram requeridas concentrações de OECS a partir de 250 μL L−1 para induzir o B. splendens à anestesia em 3,3 minutos. A adição do OECS na água de transporte de B. splendens machos permitiu que, ao final do transporte, os animais mantivessem seu estado corporal, sem nenhum dano aparente externo causado pelo comportamento agonista, diferentemente dos animais transportados sem a adição do OECS, que exibiram alterações de cor e com nadadeiras danificadas, causadas por disputas entre os animais. Os resultados evidenciaram que o OECS na faixa de 10 a 30 μL L−1 pode atuar como agente redutor da agressão nesta espécie. Nenhuma alteração histológica foi observada nas brânquias dos peixes expostos a 20 μl L-1 do OECS durante o transporte. Assim, conclui-se que a CL50 em 48h do óleo essencial de Citrus sinensis é de 49,17 μl L-1 . O óleo essencial de Citrus sinensis mostrou-se um anestésico eficaz e seguro para o B. splendens. Além disso, a concentração de 20 μl L-1 do OECS é recomendada para o transporte coletivo de machos desta espécie, uma vez que nenhuma alteração na aparência externa dos animais e nem ao nível histológico foi observada nos peixes expostos a esta concentração.