Caracterização fisiológica da resposta a adubação nitrogenada em duas cultivares de arroz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Zonta, Everaldo lattes
Orientador(a): Rossiello, Roberto Oscar Pereyra
Banca de defesa: Rossiello, Roberto Oscar Pereyra, Fernandes, Manlio Silvestre, Jacob Neto, Jorge
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10590
Resumo: Foi instalado um experimento com o objetivo de estudar o padrão sazonal de distribuição de massa seca e nitrogênio (N) nas partes vegetativas e reprodutivas de duas cultivares de arroz de arquitetura aérea contrastante, em função da aplicação de N no estágio de máximo perfilhamento. Usou-se como substrato terra proveniente do horizonte Ap de um solo Podzólico Vermelho Amarelo. As cultivares Comum Branco (de sequeiro) e IAC 4440 (irrigada) foram combinadas com cinco níveis de aplicação de N (na forma de Sulfato de Amônia): 0, 2, 4, 6 e 8 g N m-2, no estágio de máximo perfilhamento, e cultivadas em potes dispostos de forma inteiramente casualizada, em casa de vegetação. Durante o ciclo das plantas foram realizadas sete coletas sucessivas, de forma a acompanhar o desenvolvimento fásico como dias após plantio (DAP): início do perfilhamento, perfilhamento máximo, diferenciação da panícula, elongação de colmos, floração, grão leitoso/pastoso e maturação fisiológica do grão, o que correspondeu à coletas aos 20, 40, 60, 80, 100, 115 e 135 DAP respectivamente. Em cada coletas foram determinados a massa seca de: folhas verdes e senescentes, colmos e bainhas e raízes. A área foliar verde e área radicular foram também determinadas. Os teores de N foram determinados em todas estas frações, por técnica de micro Kjeldhal. Na coleta final foram avaliados os componentes da produção: massa e número de panícula, grão viável e estéril, e seus correspondentes teores de N. Os dados experimentais foram combinados para finalidade de análise de variância, na forma de um fatorial cultivar x dose x DAP. Funções primárias foram ajustadas a partir dos dados de massa seca e conteúdo total de N, área foliar e radicular, das quais foram derivadas as taxas de crescimento e de acúmulo, para fíns de obtenção das taxas de assimilação líquida e influxos de N. Concluiu-se que durante o período anterior à floração, não existiram diferenças em acúmulo de matéria seca total entre as cultivares. Houve maior massa seca alocada em colmos e bainhas, e menor peso de massa de folhas senescentes em IAC 4440. A partição de massa seca em favor de raízes resultou similar em ambas as cultivares. A cultivar IAC 4440 estabeleceu uma superioridade produtiva potencial em função de seu maior número de perfilhos. Como consequência, manteve maior duração de área foliar fotossinteticamente ativa, resultando em maior taxa de acúmulo diário de matéria seca e área foliar. Com relação aos padrões de acúmulo de N nas diferentes frações da biomassa, foi observado a mesma tendência que a verificada para acúmulo de massa seca. Porém, a taxa máxima de máximo acúmulo de N, aconteceu em ambas as cultivar, antes do que os máximos de acúmulo de matéria seca. Os teores de N foliares em ambas as cultivares foram similares até a floração. IAC 4440 teve maior área foliar específica no período, sugerindo maior diluição de N foliar. Quando comparadas à igualdade de área foliar, a taxa de assimilação líquida foi superior em IAC 4440, o que indica que a sobreprodução de área, prejudicou o potencial fotossintético nesta cultivar, em maior grau que em Comum Branco. No período pós-floração, o padrão de partição de matéria seca ao grão, o qual foi rigidamente fixado na pré-floração, manifestou-se em uma remobilização sustentada de fotoassimilados e N à panícula em IAC 4440, evidenciado pela redução de massa seca e conteúdo de N de colmos e bainhas durante os primeiros 15 dias pós-floração e contribuição adicional de N e C a partir de acentuada senescência foliar no período de maturação. Houve detenção da remobilização de fotoassimilados e de N à panícula em Comum Branco, após os 15 dias pós-floração, com consequente acúmulo de matéria seca e N em colmos e bainhas foliares. O desenvolvimento de um dreno secundário originado em neo-perfilhamento pós-floração, pode ter subtraído fotossintatos, de outra forma, passíveis de serem aplicados no enchimento da panícula em crescimento. Um maior peso de grãos por planta em IAC 4440 foi explicado por maior número de panículas e maior número de sementes viáveis, e menores teores de proteína bruta, em relação a Comum Branco. Com relação aos padrões de distribuição de massa seca e nitrogênio durante o ciclo das cultivares, os efeitos decorrentes da aplicação única de N por ocasião do máximo perfilhamento foram diluídos durante o de desenvolvimento das plantas, de forma que tiveram efeito muito reduzido sobre a dinâmica de retranslocação de C e N pós-floração. Esse efeito de diluição foi responsável pela não significação da interação de praticamente nenhum dos parâmetros primários descritivos de crescimento das cultivares. Também não foi notado efeito do N no desenvolvimento fásico. Os maiores níveis de N aplicados, favoreceram um aumento da assimilação líquida devido à um aumento no teor de N foliar. Aos maiores níveis de aplicação de N, o peso de massa foliar aumentou, sem promoção de área, o que foi evidenciado pelo aumento do seu peso específico. Entretanto, o teor de N não reduziu significativamente a senescência foliar; A aplicação de N não afetou significativamente a produção, incidindo apenas num aumento da percentagem de esterilidade das espiguetas, que contrabalanceou o ganho de uma panícula por planta. Como resultado global do trabalho, foi concluido que os padrões de produção de matéria seca e de remobilização de C e N ao grão, estão regulados geneticamente, mostrando especificidade de cultivar. Portanto, a fertilização nitrogenada é eficiente apenas no sentido de assegurar altas taxas de atividade fisiológica das panículas e demais órgãos relacionados ao enchimento de grãos, mas não na mudança do padrão em sí.