Toxidez do alumínio em caju-de-árvore-do-cerrado (Anacardium othonianum Rizz.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vasconcelos Filho, Sebastiao Carvalho lattes
Orientador(a): Jacob Neto, Jorge lattes
Banca de defesa: Silva, Fabiano Guimarães, Alves, José Milton, Goi, Silvia Regina, Vasconcellos, Marco Antônio da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9980
Resumo: A avaliação da toxidez causada pelo alumínio em plantas das regiões brasileiras do cerrado é de grande importância para o desenvolvimento da agricultura. Isso porque nessas áreas predominam os latossolos, que são ácidos, com baixa capacidade de troca catiônica, alta saturação por alumínio trocável e teores muito baixos de fósforo disponível às plantas. Pouca atenção tem sido dada às comunidades de plantas nativas do cerrado que toleram condições de solo ácido. A espécie Anacardium othonianum Rizz., é uma planta frutífera e conhecida popularmente como caju-de-árvore-do-cerrado, com várias aplicações alimentícias, nutricionais e medicinais, mas pouco estudada. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do alumínio no crescimento radicular, acúmulo de nutrientes e na estrutura anatômica das raízes de plântulas de A. othonianum Rizz. Para isso, plântulas recém germinadas foram cultivadas em solução nutritiva simples, composta de 0,1 mM de CaCl2.2H2O, ou solução nutritiva completa com baixa força iônica, ambas com cinco concentrações de alumínio (0, 150, 300, 600 e 1200 μM). Posteriormente, as plântulas foram avaliadas quanto ao crescimento radicular, elongação radicular, massa seca, além de estudos anatômicos utilizando técnicas de microscopia de campo claro e fluorescência. Também foram avaliadas a porcentagem de emergência e índice de velocidade de emergência das plântulas utilizando areia lavada umedecida com solução de alumínio em diferentes concentrações. Os resultados demonstraram que o alumínio provocou redução nas taxas de crescimento radicular e elongação radicular relativa, sendo constatado fitotoxidez a partir de 150 μM de Al na solução. Também foi observado redução no índice de velocidade de emergência, porcentagem de emergência das plântulas e alterações anatômicas nos ápices radiculares, em especial nas regiões meristemáticas, sendo demonstrado estimulo à vacuolização dessas células e interiorização do alumínio em diferentes tecidos. O alumínio diminuiu a absorção da maioria dos nutrientes nas plântulas, tendo a seguinte ordem de redução nas raízes: P>Ca>Mg>N para os macronutrientes e Fe>Cu para os micronutrientes; nas folhas a redução seguiu a ordem: Ca>Mg>P. Por outro lado, as maiores concentrações de alumínio aumentaram os teores de N e K nas folhas e Mn nas raízes. Os teores de K nas raízes, e Fe, Cu e Mn nas folhas, não foram afetados pelas concentrações de alumínio. Os resultados demonstraram que a espécie tolera altas concentrações de alumínio, porém a queda nas taxas de crescimento radicular e nos teores de nutrientes podem prejudicar a produção de castanha e pseudofruto em solos ácidos com altas concentrações desse elemento, uma vez que a redução no crescimento radicular faz com que a planta explore menos volume de solo, o que consequentemente afeta a absorção de água e nutrientes.