Potencial de espécies locais na diversificação dos agroecossistemas, como culturas de cobertura, no manejo de plantas espontâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferreira, Liliane de Souza
Orientador(a): Uzêda, Mariella Camardelli
Banca de defesa: Uzêda, Mariella Camardelli, Ribeiro, Raul de Lucena Duarte, Padovan, Milton Parron
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10424
Resumo: O manejo de plantas espontâneas é complexo e compõe um dos principais componentes do custo de produção da maioria das culturas. O cultivo de plantas de cobertura é uma das formas de manejo para redução das plantas espontâneas competidoras. Neste contexto desenvolveu-se um estudo com objetivo de investigar o potencial das espécies espontâneas Crotalaria incana (Xique-Xique) e Diodia Saponariifolia (Poaia do brejo), que ocorrem em uma paisagem próxima a fragmentos de Mata Atlântica, na região da Bacia do Rio Guapi-Macacu-RJ, como parte integrante de agroecossistemas sustentáveis, constituindo estratégia para redução do uso de herbicidas e incremento da biodiversidade local. Este potencial foi avaliado em C. incana, através de estudos fenológicos de altura da planta, diâmetro de copa, número de ramos, presença de inflorescência e número de vagens ao longo do ciclo e em diferentes épocas Outubro, Janeiro, Fevereiro e Março). Avaliou-se também sua interação com o clima e épocas de plantio. Constatou-se que no plantio de Outubro, C. incana teve o ciclo vegetativo mais longo, com pouca produção de sementes. Já no plantio em Fevereiro, o desempenho de C. incana foi bom em ambos parâmetros; enquanto no plantio de Março, C. incana demonstrou menor desempenho tanto para produção de massa como de sementes. Avaliações preliminares de macronutrientes totais e biomassa indicam bom potencial de C. incana a ser melhor investigado. Quanto à D. Saponariifolia, uma espécie rasteira caracterizada como macrófita, foram feitas avaliações de porcentagem de cobertura do solo após sua introdução, comparando com as famílias mais frequentemente dominantes no sistema, Poaceae e Cyperaceae. Posteriormente avaliou-se o comportamento do banco de sementes nesta mesma área após ser introduzida (Área experimental), comparando com Área natural onde já estava estabelecida espontâneamente. Observou-se um arrefecimento das populações de Poaceae e Cyperaceae após a introdução D. saponariifolia. O banco de sementes de espontâneas revelou uma redução na expressão destas famílias e de Asteraceae, importantes competidoras no sistema. Possível efeito alelopático de D. saponariifolia na supressão de espontâneas, foi avaliado através de biosensaio com o solo da Área natural, onde D. saponariifolia predomina espontaneamente. Neste solo foram germinadas sementes de Sesamo indicu L. (Gergelim) em bandejas de 15 células, com 3 tratamentos (T1,T2,T3). Em T1, adicionou-se carvão ativado, que neutralizaria efeitos alelopáticos prejudiciais ao desenvolvimento das plântulas. Em T2, não se adicionou nada. Em T3 (controle) utilizou-se um solo da área adjacente, sem presença de indivíduos de D. saponariifolia. Não houve diferença significativa no desenvolvimento das plântulas nos 3 tratamentos, indicando não haver evidências de efeitos alelopáticos de D. saponariifolia na germinação de Gergelim. Podemos inferir que os processos de supressão de D. saponariifolia sejam apenas por “abafamento”.