Caracterização de compulsões orais em gatos domésticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Farias, Luiza Freire de lattes
Orientador(a): Souza, Heloisa Justen Moreira de lattes
Banca de defesa: Souza, Heloisa Justen Moreira de, Pereira, João Telhado, Dias, Carlos Gabriel de Almeida
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14093
Resumo: Os comportamentos compulsivos são observados por estarem fora de contexto, serem repetitivos, exagerados e constantes. As fixações por mamar, lamber, mastigar e ingerir itens não digeríveis constituem as compulsões orais. Contudo, a ingestão representa um risco maior a vida dos felinos, devido ao risco de obstrução gastrintestinal causada por um corpo estranho, esse transtorno também é conhecido como pica. O objetivo desse estudo foi caracterizar as compulsões orais em gatos, afim de elaborar um perfil comum ao felino acometido, identificando seus itens de predileção e intervenções clínicas e cirúrgicas decorrentes da ingestão. O instrumento de investigação escolhido foi o questionário da plataforma Survey Monkey para distribuição online, divulgado diretamente para tutores de felinos e também por meio de mídias sociais. Os intervalos de idade foram avaliados por moda. As questões contendo itens de predileção foram avaliadas por estatística descritiva e percentual simples. Os demais dados de sexo, raça, moradia, estado emocional, convivência com contactentes e alimentação foram submetidos ao teste qui-quadrado e considerados válidos quando P<0,05. O critério de inclusão foram gatos com compulsão oral que manifestem há mais de 30 dias, e o critério de exclusão foram felinos abaixo de 12 meses. Foram recebidos 443 questionários validos. A compulsão por mastigação foi a mais observada (n=345, 77,9%), seguida respectivamente por lamber (n=235, 53%), ingerir 233 (52,6%) e mamar (n=175, 39,5%). Na compulsão de lamber, os itens de predileção foram plástico (n=141, 24,9%), tecido (n=89, 15,7%) e cadarço (n=53, 9,4%). Na compulsão de mamar os itens foram tecidos (n=121, 69,1%), plástico (n=32, 18,3%), cadarços e linhas (n=19, 10,85%). Na compulsão de mastigar os itens foram plástico (n=208, 20,5%), fio (n=143, 14,1%) e cadarço (n=122, 12,0%). Na pica,os itens foram plástico (n=127, 23,0%), linha (n=71 12,9%) e fio (n=64, 11,6%). Os gatos acometidos por compulsões orais foram jovens de 1 a 3 anos de idade, sem predisposição de sexo, castrados, sem raça definida, com refeições ad libitum, convivendo tranquilamente com outros felinos e não convivem com outras espécies. São moradores de apartamento telado ou casa sem acesso à rua e apresentaram incontáveis episódios compulsivos, com exceção a mastigação e pica, no qual o transtorno se manifesta uma vez por semana. O estado emocional do felino acometido é considerado tranquilo durante o os episódios compulsivos. Cerca de 130 (55,8%) dos 233 felinos que manifestam pica já vomitaram itens não digeríveis e 65 (27,9%) já os defecaram. Sendo o plástico mais comum no vômito (n=130, 55,8%) e também nas fezes (n=65, 27,9%). O tratamento clínico veterinário foi necessário para 26 (11,1%) dos animais acometidos por pica, 18 (7,7%) precisaram de internação e 12 (5,1%) foram submetidos a intervenção cirúrgica.