Qualidade do solo em sistemas agroflorestais na Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Tavares, Patricia Dias lattes
Orientador(a): Silva, Eliane Maria Ribeiro da
Banca de defesa: Silva, Eliana Maria Ribeiro da, Cardoso, Irene Maria, Pereira, Marcos Gervasio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10659
Resumo: A manutenção da qualidade do solo pode ser considerada um aspecto chave para a sustentabilidade da agricultura, podendo ser alcançada através de práticas agrícolas orientadas pelos princípios dos processos ecológicos. Nesse sentido, os Sistemas Agroflorestais (SAF) são considerados sistemas que, ao longo do tempo, fornecem mais estabilidade e resiliência às áreas produtivas em nível local, para os ambientes acima e abaixo do solo. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar atributos do solo a partir da implantação de SAF (SAF-1 e SAF-2), comparando com mata nativa (Mata) e área de prática Agrícola Anual (AgAn) no município de Paraty, situado no estado do Rio de Janeiro (RJ). O estudo foi realizado no Quilombo do Campinho da Independência, localizado no distrito de Paraty-Mirim. Foram analisadas a composição florística e estrutura horizontal da comunidade vegetal das áreas SAF-1, SAF-2 e Mata, bem como os índices de diversidade, equitabilidade e similaridade dessas áreas. Para as análises dos atributos do solo, foram coletadas amostras de terra em duas diferentes épocas do ano, seca e chuvosa. Foi feita a caracterização química das áreas, bem como dos teores do carbono orgânico total do solo (COT) e suas frações oxidáveis (F1, F2, F3 e F4). A estabilidade dos agregados foi avaliada por meio dos índices de agregação, diâmetro médio ponderado (DMP) e diâmetro médio geométrico (DMG). Em seguida, foi analisada a atividade microbiana e os teores de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo, e feito o levantamento das espécies de fungos micorrízicos arbusculares (morfológica) considerando sua riqueza e diversidade, além da quantificação da proteína do solo relacionada à glomalina (PSRG) na classe de agregados >2mm. Por último, foi estimada a abundância e diversidade da mesofauna do sistema solo-serrapilheira e da serrapilheira. As alterações que aconteceram na composição florística dos Sistemas Agroflorestais (SAF-1 e SAF-2) permitem inferir na ocorrência de um processo de regeneração natural, ocasionado pela interação com as outras áreas de floresta. O pH do solo das áreas estudadas apresenta valores baixos, que os caracteriza como ácidos, porém os valores dos demais nutrientes e o elevado teor de carbono orgânico total indicam que o manejo adotado nas áreas de SAFs e AgAn estão mantendo essas características próximas ao proporcionado pela Mata. Os solos das áreas analisadas apresentaram níveis de agregação semelhantes; e a cobertura vegetal, as diferentes formas de manejo e a variação sazonal estão influenciando a população de FMA. Foi possível observar também que os componentes biológicos (FMA, mesofauna edáfica e biomassa microbiana) foram mais sensíveis às variações de manejo e à sazonalidade do que os atributos químicos e físicos. O manejo agroflorestal e o adotado na área de agricultura não estão promovendo degradação da glomalina, quando se utiliza como referência os valores observados na Mata. De modo geral, o desenvolvimento dos SAFs está contribuindo para a formação de um agroecossistema que integra a área de agricultura, promovendo melhorias na qualidade do solo e conexão com as áreas florestais próximas.