Um cenáculo de letrados: sociabilidade, imprensa e intelectuais a partir da Arcádia Iguassuana de Letras (AIL) (Nova Iguaçu, - 1955-1970)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alexandre, Maria Lúcia Bezerra da Silva lattes
Orientador(a): Nascimento, Álvaro Pereira do lattes
Banca de defesa: Nascimento, Álvaro Pereira do, Moreira, Vânia Maria Losada, Bezerra, Amália Cristina Dias Rocha, Rodrigues, João Paulo Coelho de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13847
Resumo: O presente trabalho tomou por objeto a Arcádia Iguassuana de Letras (AIL), instituição fundada no município de Nova Iguaçu durante a década de 1950. A partir do grupo literário analisamos as transformações socioeconômicas e políticas ocorridas no distrito sede da cidade no mesmo período. O marco inicial desta pesquisa está entre os anos 1920 e 1930 quando a cidade de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, integrou a política de policultura e modernização da agricultura no estado do Rio de Janeiro. A citricultura tornou-se a principal atividade econômica do primeiro distrito iguaçuano e consolidou as práticas de uma elite ruralista. Por meio da tríade “laranja, modernização e progresso” investigamos a consolidação hegemônica desse grupo agrário. Posteriormente, avaliamos as mudanças vividas pelo distrito-sede com o fim da citricultura no início dos anos 1940. Com o fim da citricultura as chácaras de laranja foram reconfigurados pelos lotes. A especulação imobiliária consolidou uma era de loteamentos, uma vez que eles foram impulsionados pelo aumento populacional. Com o fim do cinturão verde e a abertura ao capital estrangeiro nos anos 1950, Nova Iguaçu expandiu sua industrialização e aumentou seu contingente de trabalhadores e migrantes na região. O boom da população também ampliou o eleitorado e a disputa por ele. Com a redemocratização do país e novas eleições o PSD (Partido Social Democrático) vinculado ao grupo ruralista se viu ameaçado pelo crescimento de outras siglas como o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e UDN (União Democrática Nacional). O fortalecimento político destes partidos se deu principalmente pelas emancipações dos distritos de Duque de Caxias (1943), Nilópolis (1947) e São João de Meriti (1947). A partilha do território reordenou os grupos e formas de ação junto aos eleitores. Além do processo emancipatório, avaliamos como a presença de outros intelectuais na política local exerceu disputas pelo lugar de falar, Por isso, analisamos a presença do vereador e jornalista Dionísio Bassi e sua interlocução com atores desse grupo iguaçuano. Mediante este quadro acreditamos que os árcades, “filhos” diretos ou indiretos do projeto ruralista fundaram a Arcádia Iguassuana de Letras como resposta a estas mudanças. Para isto os arcadianos escreveram um conjunto de obras literárias baseadas em suas memórias acerca da citricultura. Analisaremos como os árcades Deoclécio Dias Machado Filho e Ruy Afrânio Peixoto discutiram temas como cidade e campo, desta forma será possível averiguarmos a literatura produzida por eles e problemáticas da conjuntura encobertas