A importância do pombo urbano (Columba livia) na disseminação ambiental de Cryptosporidium spp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Costa, Alexandre de Pina lattes
Orientador(a): Bomfim, Teresa Cristina Bergamo do lattes
Banca de defesa: Bomfim, Teresa Cristina Bergamo do lattes, Sudré , Adriana Pittella lattes, Santos, Helena Lúcia Carneiro lattes, Toma, Helena Keiko lattes, Barros, Luciano Antunes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9792
Resumo: O pombo urbano (Columba livia), é uma ave frequentemente observada em centros urbanos, vivendo em estreito contato com humanos, sendo um possível disseminador de patógenos no meio ambiente. Dentre estes, uma atenção especial deve ser dada às espécies de Cryptosporidium, já que o pombo pode albergar e eliminar oocistos através das fezes. Até o momento, três espécies são consideradas como válidas parasitando aves (Cryptosporidium meleagridis, Cryptosporidium baileyi e Cryptosporidium galli) e 13 genótipos como possíveis agentes da criptosporidiose aviária. Sendo que a primeira espécie, além de parasitar a classe das aves, tem sido diagnosticada em vários hospedeiros mamíferos, também com caráter zoonótico. Devido a ausência de estudos sobre o diagnóstico de Cryptosporidium spp. parasitando pombos no Brasil e com escassos relatos no mundo, o presente trabalho teve como objetivos: diagnosticar microscopicamente a presença de oocistos de Cryptosporidium spp. provenientes de amostras fecais de pombos capturados em três áreas no município do Rio de Janeiro; caracterizar genotipicamente espécies e/ou genótipos e/ou subtipos obtidos daquelas amostras positivas para Cryptosporidium spp. e realizar o sequenciamento e análises filogenéticas, comparando as sequencias obtidas com aquelas sequências depositadas no GenBank. Foram coletados um total de 387 amostras fecais de pombos, em três regiões administrativas: Campo Grande – denominada de A (98 amostras), Bangu – denominada de B (187 amostras) e Madureira – denominada de C (102 amostras). Inicialmente foi realizada a pesquisa de oocistos Cryptosporidium spp., para tal, as fezes foram processadas através da técnica de centrifugação e flutuação em solução saturada de açúcar e avaliadas por microscopia óptica. No diagnóstico microscópico, 81 (20,93%) amostras apresentaram positividade para a presença de oocistos de Cryptosporidium spp., distribuídos: 28,82% na área A, 22,99% na área B e 9,80% na área C. Nestas, foi realizada a extração de DNA, seguida de amplificação e sequenciamento para o alvo 18S. Sendo que destas 81, 53 amostras amplificaram na Nested-PCR. Posteriormente, estas amostras foram purificadas e encaminhadas para o sequenciamento, seguido de análises filogenéticas. Neste estudo, foram diagnosticadas duas espécies: Cryptosporidium meleagridis em 44 amostras (91,67%) e Cryptosporidum baileyi em quatro amostras (8,33%), ambas se apresentando mais estreitamente relacionadas às espécies intestinais. As sequências de sete amostras contendo nucleotídeos diferentes de Cryptosporidum foram depositadas no Genbank. Até o momento o relato deste patógeno em pombos só havia ocorrido em quatro países no mundo: Turquia, Irã, China e Tailândia. Os dados obtidos neste estudo refletem preocupação em saúde pública, sendo que a C. meleagridis pode apresentar potencial zoonótico. Este estudo é o primeiro registro no Brasil tendo o hospedeiro pombo (Columba livia) infectado por Cryptosporidium, contribuindo para traçar a epidemiologia molecular deste agente etiológico no país