Aspectos epidemiológicos de Rickettsia sp. e Babesia caballi em equinos e carrapatos vetores em duas microrregiões do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pires, Marcus Sandes lattes
Orientador(a): Massard, Carlos Luiz
Banca de defesa: Massard, Carlos Luiz, Barreira, Jairo Dias, Rossi, Maria Inês Doria, Baldani, Cristiane Divan, Thomé, Sandra Maria Gomes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9772
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido nas microrregiões de Itaguaí e Serrana no estado do Rio de Janeiro, e teve por objetivo avaliar aspectos epidemiológicos de Rickettsia sp. e Babesia caballi em equinos e carrapatos vetores presentes nestas regiões, destacando os possíveis fatores associados à infecção dos animais e a infestação por carrapatos. Foram coletadas amostras de sangue e carrapatos de equinos. Amostras de soro foram subsequentemente obtidas a partir de centrifugação da amostra de sangue e armazenadas à -20ºC até análise sorológica através da reação de imunofluorescência indireta (RIFI). Foi realizada a extração do DNA das amostras de sangue, sendo posteriormente submetidos à reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção molecular dos respectivos agentes etiológicos. Um questionário epidemiológico foi aplicado aos proprietários dos animais para avaliar possíveis fatores relacionados com a infecção dos animais e a infestação por carrapatos vetores destes agentes. Foram observadas três espécies de carrapatos, Amblyomma cajennense, Dermacentor nitens e Rhipicephalus (Boophillus) microplus, promovendo o parasitismo em diferentes níveis de infestação nos equinos. A pesquisa molecular de rickettsias foi realizada somente nas amostras de DNA de A. cajennense e do DNA do sangue dos equinos destas duas microrregiões. As amostras de soro dos equinos foram submetidas à RIFI para a detecção de anticorpos da classe IgG anti-Rickettsia rickettsii. Do total de amostras de soro analisadas, 8,8% (n=21/240) foram consideradas sororreativas para rickettsias do grupo da febre maculosa (RGFM), sendo a maior frequência observada nos equinos da microrregião de Itaguaí (11,1%; n=15/135). Após analise multivariada, apenas a infestação por carrapatos foi o fator associado mais influente para a soropositividade dos animais (p<0,05; OR=6,1; IC: 1,1 - 32,9), e a presença da espécie A. cajennense mais relacionada com a soropositividade dos equinos (OR=11,1; IC: 2,3 - 51,7). Não foi detectada a presença de DNA rickettsial nas amostras de sangue e carrapatos dos equinos testados, a partir da PCR. Em relação aos fatores associados à infestação dos equinos por A. cajennense, observou-se que criações em regiões de baixas altitudes (OR=3,69; IC: 2,3 - 5,8), em propriedades com manejo zootécnico e sanitário insatisfatório (OR=5,92; IC: 3,8 - 9,2) e em sistema de criação extensiva (OR=4,25; IC: 2,1 - 8,5) foram fatores associados (p<0,05) à presença e à intensa infestação nos equinos por este carrapato. Em relação à detecção de B. caballi nos equinos, observou-se a frequência de 17,2% de animais infectados, sendo a maior frequência nos animais da microrregião de Itaguaí (28,9%; n=70/242). A partir da análise do questionário epidemiológico, juntamente com dados individuais de cada equino analisado foi possível observar que os animais menores de dois anos (OR=3,33; IC: 1,7 - 6,5), criados em regiões de baixas altitudes (OR=3,52, IC: 1,7 - 7,3) e infestados por carrapatos da espécie D. nitens (OR=1,91; IC=1,1- 3,4) foram fatores associados à positividade dos equinos por este hemoparasito. Os resultados do presente estudo mostram a importância da vigilância epidemiológica destes carrapatos vetores e sua associação tanto com agentes infecciosos de importância em saúde pública, como na produção animal, e particularmente, no mercado equestre do estado do Rio de Janeiro.