Solos e paisagens do setor oeste da ilha Deception, Antártica Marítima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tostes, Juliana de Oliveira lattes
Orientador(a): Francelino, Márcio Rocha lattes
Banca de defesa: Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud, Aranha, Paulo Roberto Antunes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10686
Resumo: Os objetivos deste trabalho foram: propor Modelo Preditivo dos Estágios de Intemperismo dos solos - MPEIS do setor oeste da ilha Deception; propor novo padrão para descrição dos níveis de intemperismo dos solos, específico para a Antártica Marítima; utilizar o Radar de Penetração no Solo (GPR) para caracterizar a camada ativa e identificar a profundidade do permafrost em três sítios na área de estudo. Foi realizada nova classificação do grau de desenvolvimento dos solos da Antártica Marítima, ressaltando as suas especificidades, considerando os seguintes indicadores do nível de intemperismo: profundidade em solos com presença ou ausência de permafrost, crioturbação, proporção e forma das frações > 2 mm, teor de matéria orgânica e distinção de horizontes. Para gerar o MPEIS foram selecionadas as variáveis ambientais: clima, altitude, face de exposição e curvatura das vertentes, declividade, albedo, litologia, fauna e vegetação. Os temas foram gerados nos programas ENVI 4,5 e ArcGis 9,3 e foram reclassificados com pesos entre 0 e 1, sendo indicadores de limitações ou favorecimento ao intemperismo. Para identificar quais as variáveis ambientais que mais influenciam no nível de intemperismo dos solos, foi aplicado a Análise de Componentes Principais – ACP, com o programa PC-ORD 4.01. Os resultados dessa análise foram utilizados para ponderar a sobreposição dos temas. A comparação entre os estágios de intemperismo indicados pelo MPEIS, pela descrição de campo e pela ACP, revelou resultados idênticos em 75% e 87,5% dos perfis analisados, respectivamente. As diferenças ocorreram nos perfis em que foram consideradas características não avaliadas pelo MPEIS, o que sugere que a metodologia proposta é válida. Foi observada uma tendência ao aumento do desenvolvimento dos solos em ambientes de menor albedo e menor declividade, que promovem maior estabilidade e disponibilidade de umidade. Somam-se a estas variáveis a proximidade de colônias de animais e a presença de vegetação, que promovem a deposição de matéria orgânica nos solos e permitem o desenvolvimento da estrutura do solo. A proposição de novos níveis de intemperismo foi fundamental para a melhor caracterização dos solos do setor oeste da ilha Deception, refletindo a variabilidade dos pedoambientes onde tais solos se desenvolvem. Para a inspeção com o GPR foram utilizadas antenas de 200 e 900 MHz e com cada antena foram feitas três varreduras com linhas de 120 m para o sítio 1, e 30 m para os sítios 2 e 3. A antena de 200 MHz permitiu a identificação de refletores e a visualização do comportamento das camadas mais profundas do solo, porém não detectou a interface entre o solo congelado e descongelado, nem a base do permafrost. A antena de 900 MHz foi mais adequada para auxiliar no monitoramento do permafrost e da camada ativa, registrando a profundidade do topo do permafrost, a sua subsidência e o seu comportamento irregular ou contínuo. Os resultados mostraram que o GPR constitui-se em instrumento eficaz para a determinação da interface entre o solo descongelado e o permafrost, permitindo monitorar alterações em face das mudanças climáticas