Serviços turísticos nas Serras do Matoso e Piloto: as relações sociais construídas a partir da ASSETUR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Almeida, Salomé Lima Ferreira de lattes
Orientador(a): Benevenuto, Monica Aparecida Del Rio lattes
Banca de defesa: Benevenuto, Monica Aparecida Del Rio lattes, Nóbrega, Wilker Ricardo de Mendonça lattes, Mafra, Simone Caldas Tavares lattes, Assis, Renato Linhares de lattes, Maury, Patrick Maurice lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20312
Resumo: O campo de análise da tese é a Associação de Empreendedores de Turismo nas Serras Históricas Piloto e Matoso (ASSETUR), que tem como alcance os municípios de Mangaratiba, Rio Claro, Piraí e Itaguaí, pertencentes ao Estado do Rio de Janeiro. A associação possui uma dinâmica que permite a participação de atores sociais legitimados e aqueles que se reconhecem como excluídos, na política local e no campo do turismo. O coletivo foi orquestrado por múltiplos interesses com o objetivo de dar visibilidade aos atores sociais envolvidos e de gerenciar o que ocorre no território. Diante desse cenário, a tese tem como objetivo geral compreender a rede que se organizou em relação ao controle do território acessado por visitantes e turistas e em que sentido tal rede promoveria práticas mais participativas. O estudo proposto foi influenciado por constructos da antropologia do turismo. Desta forma, as principais fontes de análise foram os anfitriões/interlocutores, consolidando narrativas e respostas a partir de seus olhares e do que foi vivido no campo. A observação participante ocorreu em reuniões da associação, em outros coletivos, em visitas a campo efetivadas nas casas de produtores rurais e nos empreendimentos turísticos localizados nas Serras. As entrevistas semiestruturadas foram gravadas e realizadas on-line com membros que participaram das reuniões da associação, entre eles havia integrantes da direção da associação, voluntários, um técnico do ITERJ e representantes da Secretaria de Turismo dos municípios de Mangaratiba e de Rio Claro. As entrevistas com um caráter mais informal foram realizadas pessoalmente com distintos atores. Com o isolamento social gerado pela Covid-19, priorizou-se narrativas construídas nos grupos de WhatsApp, criados pelos interlocutores. E, por fim, analisou-se atas das reuniões da associação. Constatou-se que a rede possuía uma trama tecida por relações de poder, por identidades que afirmavam ou negavam, o que era entendido como práticas participativas, ficando a depender de quais parceiros eram acionados e quais habilidades sociais eram mais relevantes. De fato, ocorreram mudanças pontuais, resultantes de ações que desafiaram a ordem instituída no campo e da heterogeneidade do grupo. Porém, mesmo com este cenário foi verificado um fazer participativo com fragilidades em alguns bens democráticos, como o de inclusão e transparência, decorrentes da dificuldade de se romper com práticas menos participativas e de gerar uma relação mais paritária entre os diferentes atores. A participação esbarrava no impasse de se conciliar atividades turísticas, com o engajamento político que o projeto demandava. Em meio a contradições e descontinuidades, o engajamento proposto evidenciou que o que estava em jogo era um projeto turístico assentado na construção de territorialidades onde a comunidade local tivesse poder sobre o que estava sendo gestado nas Serras. A mudança no quadro observado se efetivará quando o coletivo criar e gestar um sistema em que as organizações parceiras se tornem, minimamente, dependentes e a própria ASSETUR se torne mais autônoma, no campo em disputa.