Estado, sindicalismo e questão agrária: o papel da CUT no desenvolvimento capitalista 2003-2012

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Castro, Rômulo de Souza lattes
Orientador(a): Ferreira, Andrey Cordeiro
Banca de defesa: Ferreira, Andrey Cordeiro, Medeiros, Leonilde Sérvolo de, Lerrer, Debora Franco, Moraes, Wallace dos SAntos, Coimbra, Ana Lívia de Souza
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
CUT
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9495
Resumo: A presente tese resulta de uma pesquisa sobre a ação e o saber político produzidos pela CUT durante o período do Governo Lula (2003-2010) até as manifestações conjuntas de rua com a FIESP, ABIMAQ e centrais sindicais, como Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores, embasada no arcabouço teórico do materialismo sociológico e da abordagem coletivista a partir de autores como Pierre Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin e Georges Gurvitch. A tese nasceu da inquietação a respeito das abordagens sobre a trajetória política da CUT, sua suposta traição, e do sepultamento da questão agrária, sobretudo no que diz respeito à reforma agrária de cunho radical. Dessa maneira, estudamos o saber político, o sistema cognitivo, social-democrata, sobre o industrialismo e a questão agrária, retomando debate clássico entre marxistas e anarquistas acerca dessa questão e do desenvolvimento histórico da social-democracia e da aplicação desse modelo. Apresentamos como o modelo social-democrata se materializou, no Brasil, numa síntese nova, chamado de sindicalismo propositivo, que articula esse saber social-democrata com a estrutura sociopolítica brasileira, que se apresenta com a forte presença do pragmatismo sindical e eleitoral brasileiro. Dessa forma mostraremos como uma burocracia sindical desenvolveu uma prática de governo e um saber que permitiram a interpenetração das classes, principalmente por meio da participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CEDS), sendo este modelo de sindicalismo e seu sistema cognitivo fundamental para a prática de governo e interpenetração entre classes sociais em torno da Agenda Nacional de Desenvolvimento (AND) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo no Brasil através de um favorecimento de uma aristocracia operária, base da burocracia sindical presente na gestão do Estado, e contribuindo para integração entre indústria e agricultura, como no caso dos carros flex-fluel, secundarizando a política de distribuição de terras.