Associação entre os hábitos alimentares e as concentrações séricas das vitaminas A e E com os preditores de prognóstico histopatológico do carcinoma papilífero da tireoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Lara Clarisse de Lima
Orientador(a): Silbiger, Vivian Nogueira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25861
Resumo: O câncer da glândula tireoide (CT) é o câncer mais comum do sistema endócrino. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) esta neoplasia deverá atingir 9610 pessoas no Brasil até o final de 2018, esperandose que, o maior número de casos, na região nordeste, ocorram no Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O carcinoma papilífero da tireoide (CPT) corresponde a mais de 70% dos casos de CT e as diferentes incidências desse tipo câncer nas diversas partes do mundo, sugerem que os fatores etiológicos modificáveis podem desempenhar um papel importante na carcinogênese do CT. Alterações na expressão de microRNAs (miRNAs) podem fazer parte dos fatores de risco do CT, assim como o consumo frequente de alguns alimentos e o status bioquimíco das vitaminas A e E, também podem consistir em potenciais biomarcadores da gênese e progressão da doença. Desse modo, esse estudo buscou compreender o conhecimento atual sobre a modulação induzida pelas vitaminas A e E na expressão de miRNAs no CT, e as associações entre os hábitos alimentares e concentrações séricas de retinol e α-tocoferol com os fatores de prognóstico histopatológico (invasão, extensão, multifocalidade, tamanho do tumor e metástases linfonodais) do CPT. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática seguindo as diretrizes “The Prisma”, bem como a investigação dos hábitos alimentares pré-diagnóstico, por meio de Questionário de Frequência Alimentar (QFA), além de dosagens bioquímicas das concentrações séricas de retinol e α-tocoferol, por meio de cromatografia líquida de alta eficiência, em 3 momentos, sendo 1 pré e 2 pós tireoidectomia, em pacientes com CPT. Os resultados mostraram que os registros sobre alterações na expressão de miRNAS induzidas pelas vitaminas A e E no CT são escassos, no entanto, a vitamina A parece ser relevante na modulação de miRNAs em outros tumores. Além disso, o consumo alimentar semanal > 1x/semana de cuscuz/farofa e/ou margarina/creme vegetal esteve positivamente associado ao risco de pacientes com CPT apresentarem extensão extratireoideana (p=0,021 e 0,004 respectivamente), bem como a ingestão de carne bovina superior a 1x/semana foi positvamente associado a presença de extensão extratireoideana (p=0,040) e metástases linfonodais (p=0,046). No que diz respeito as as concentrações séricas de retinol e αtocoferol, níveis séricos de retinol mais elevados podem estar associados a uma menor predisposição em se desenvolver invasão angiolinfática, metástases linfonodais (p=0,027 e 0,015 respectivamente), e os pacientes com extensão extratireoideana ou invasão angiolinfática tenderam a apresentar concentrações de α-tocoferol mais reduzidas em relação aos que não tiveram esses desdechos histopalógicos nos momentos pós tireoidectomia. Deste modo, concluímos que estudos futuros sobre a modulação de miRNA’s em CT induzida pelas vitaminas A e E podem ser relevantes e necessários para melhor elucidar novas estratégias de controle de risco, prevenção e tratamento do CT. Ademais, sugerimos que tanto o consumo alimentar quanto o status bioquímico das vitaminas A e E podem ser relevantes na predição de desfechos histopatológicos do CPT.