Investigando a pró-socialidade em crianças e sua associação com o status socioeconômico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Boccardi, Natalia Andrea Craciun
Orientador(a): Yamamoto, Maria Emilia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33220
Resumo: Existe um constante esforço dos pesquisadores em entender quais são os fatores universais que favorecem a pró-socialidade em suas várias formas. Um desses fatores é o status socioeconômico (status). As evidências sobre a associação entre status e pró-socialidade são controversas, tanto em crianças quanto em adultos. Para contribuir com a discussão, investigamos essa associação em crianças de 7 a 10 anos de idade. Antes de partir para os estudos empíricos, abordamos a evolução das hierarquias nas sociedades humanas e como o status socioeconômico se associa ao comportamento pró-social. Trata-se de uma relação complexa e maleável, cabendo a investigação de quais são os fatores intermediários. Para responder a isso, elaboramos o primeiro capítulo empírico que serve de base para os demais: comparamos ferramentas que medem a pró-socialidade em crianças. Observamos que os jogos econômicos, mais especificamente o Jogo dos Bens Públicos e o Jogo do Ditador, apresentaram consistência inter-situacional com ressalvas, e que não apresentaram validade externa quando comparados à frequência comportamental das crianças dentro da sala de aula (observação naturalista). Esses resultados não invalidam o uso dos jogos, mas ressaltam a importância de interpretar seus resultados dentro de contextos específicos. Nos dois capítulos seguintes fizemos o recorte de status: investigamos a associação utilizando diferentes parâmetros de status e diferentes medidas pró-sociais, além de fatores individuais e contextuais. Os resultados são mistos, mas em nenhum deles as crianças de status baixo cooperaram menos do que outro grupo de crianças. Elas cooperaram mais ou não diferiram. Destacamos que a associação entre classe e pró-socialidade sofreu influência quando o parâmetro de estratificação foi objetivo ou subjetivo; quando o contexto social foi anônimo ou não anônimo; ou quando a criança interagiu com a própria turma, uma turma desconhecida ou em uma condição não-social. Ainda, quando o parâmetro de estratificação foi a educação parental, houve uma associação no formato de U para a cooperação com a própria turma. Discutimos os resultados utilizando teorias de diversas áreas como a psicologia evolucionista, a sociologia e a antropologia. Além de propormos novas metodologias para investigar a pró-socialidade em crianças, até onde sabemos, somos os primeiros a investigar a associação entre status e pró-socialidade em crianças brasileiras através de multi-métodos.