Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lima, Patrícia Viana de |
Orientador(a): |
Mendes, David |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CLIMÁTICAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30429
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Resumo: |
O Brasil é o país da América Latina que detém os mais elevados registros de notificações de casos confirmados de Leishmaniose Visceral (LV), com maioria dos casos registrados na região Nordeste. Neste sentido, o objetivo principal desse estudo é identificar padrões na distribuição espacial e temporal da LV no Nordeste do Brasil (NEB) e analisar as potenciais relações com fatores climáticos associados à expansão da distribuição de casos no NEB. Utilizaram-se as variáveis climáticas de temperatura (mínima, média, máxima), umidade relativa do ar e precipitação acumulada oriundas do Climate Prediction Center/National Oceanic and Atmospheric Administration (CPC/NOAA) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para o período 2001 a 2015. As taxas de incidência da LV foram calculadas com base nas notificações de LV, por local de residência, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informação do SUS (DATASUS) e os dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletadas nos Censos Demográficos de 2000 e 2010. Utilizaram-se o Índice de Moran, o teste de Mann-Kendall e teste de Friedman, correlação cruzada e, por fim, realizou-se a estimação das razões de chances das intensidades de transmissão da LV, baseada na classificação do Ministério da Saúde, por meio da Modelagem Logito Cumulativo de Efeitos Mistos – GLMM. Considerou-se como efeito aleatório os 1.792 municípios medidos em cinco momentos do tempo, os cinco triênios formados. Os principais resultados mostraram tendência crescente da LV para o Ceará ( = 0,046) e tendência decrescente no estado de Alagoas ( = 0,006). Observou-se autocorrelação espacial dos dados nos cinco triênios estudados: 2001-2003 ( = 0,001); 2004-2006 ( = 0,001); 2007-2009 ( = 0,001); 2010-2012 ( = 0,003) e 2013 − 2015 ( = 0,001), mostrando o espraiamento da doença no NEB. Os GLMM via Logitos Cumulativos mostraram associação positiva da transmissão de LV com o tamanho da população (p<0,001) e a temperatura média (p=0,002) e associação negativa com a umidade relativa (p<0,001). Quanto maior for a população do município, mais aumenta a chance de transmissão de LV em 3,48 vezes, e quanto maior a temperatura média esta chance é de 1,29 vezes maior. Com relação à umidade, verificou-se que quanto maior for, diminui a chance de transmissão em 13%. Os resultados obtidos contribuem para compreensão da relação LV e clima, apontando áreas de maior risco e o espraiamento espacial da doença. A modelagem utilizada permitiu considerar a variabilidade entre e intra municípios, mostrando-se eficaz na estimação dos parâmetros associados à LV. |