Entre exílios, veredas e aventuras: o romance da vida social em Rachel de Queiroz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Silva, Cristina Maria da
Orientador(a): Sousa Filho, Alípio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32781
Resumo: Contempla um encontro entre as narrativas da ciência e da literatura através dos romances da escritora cearense Rachel de Queiroz, percebendo os exílios, as veredas e aventuras que tingem o tecido social no romance da vida. Perpassa os romances: O Quinze (1930), João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937), As três Marias (1939), Dora, Doralina (1975), Galo de Ouro (1986), Memorial de Maria Moura (1992), e os faz dialogar com as contribuições teóricas das ciências sociais. Mas, além disso, perpassa os exílios de pensamento arraigados às nossas práticas diante do conhecimento das narrativas humanas. Grades que cercam as leituras dos movimentos da vida social e que os encarceram na fixidez de um pretenso olhar representacional. Segue a trilha dos passos teóricos das ciências sociais e da literatura, demonstrando as possibilidades de releituras dos aprendizados teóricos, como também lança olhares mais livres sobre as escrituras literárias. Percorre as veredas de uma arqueologia do saber, entre as fronteiras científicas e literárias, acompanhando os encarceramentos da linguagem, as possíveis liberdades da escrita e a arte transgressora da leitura. Rasura uma pretensa paisagem de um Nordeste, como cenário da escritora cearense, no quadro fixo de uma Nação, buscando antes as flores poéticas e míticas que brotam no solo da condição humana, em seus traços universais. Possibilita o encontro e a complementaridade de narrativas sobre a condição humana, percorrendo os caminhos entre a prosa científica e a narrativa literária para depois tecer um elogio ao romance da socialidade, ou seja, percorre a ideia do romance como uma forma de saber que dialoga com as interpretações sociais e antropológicas. Lemos os romances de Rachel de Queiroz buscando compreender, no romance da vida social, suas tragicidades cotidianas, resistências e as possibilidades de criação humana diante das disposições da cultura. Através da figuração dos personagens, seguimos as narrativas invisíveis da cultura em suas institucionalizações e transgressões. Vemos as contradições humanas, as marcas de um “sentimento trágico da existência”, no qual nada se resolve, tudo é vivido em tensão entre as grades dos exílios cotidianos e a incansável busca por veredas, que forjam aventuras na vida social.