Gestão de conflitos na Universidade Federal do Cariri: uma abordagem de rede para as relações entre variáveis do conflito organizacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Matos, Eliane Leandro de
Orientador(a): Marcondes, Mariana Mazzini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49811
Resumo: Este trabalho se propôs a analisar as relações entre o conflito intragrupo, estilos de gerenciamento de conflitos e variáveis sociodemográficas e funcionais de servidores públicos da Universidade Federal do Cariri, em uma perspectiva de rede. Partiu-se da compreensão de que o conflito é um fenômeno social, inevitável, complexo e imprevisível, possuindo capacidade de influenciar a qualidade de processos, produtos e relacionamentos. A pesquisa adotou o método quantitativo, sendo aplicada a Escala de Conflitos Intragrupos (ECIG), que investiga os conflitos nas dimensões tarefa e relacionamento; o Rahim Organizational Conflict Inventory (ROCI-II), que investiga cinco estilos de gerenciamento de conflito: Dominação, Evasão, Acomodação, Negociação e Integração; e questões sociodemográficas e funcionais. Na análise dos dados, adotou-se uma abordagem metodológica não linear, para objetos de estudo complexos. Os dados foram submetidos a uma análise de redes através do software RStudio, para verificar associações e identificar as variáveis mais influentes no conjunto. A análise dos resultados dos tipos de conflito evidenciou o agrupamento dos itens em apenas um cluster, corroborando com diversos estudos que apontaram que uma dimensão do conflito pode se confundir e se transformar na outra. Nas análises descritivas, observou-se que as quantidades de conflito percebidas pelos servidores se mantiveram em níveis baixos tanto para conflito de tarefa como conflito de relacionamento. Quanto aos estilos de gerenciamento, observou-se frequências altas para mais de um estilo, o que pode ser explicado pela utilização de mais de um estilo de gerenciamento de conflito pelos participantes. Verificou-se, que apenas quatro estilos foram identificados: Integração, Evasão, Acomodação e Dominação, sendo que o estilo Integração foi o mais frequente entre os participantes. Em síntese, as maiores frequências indicaram que a maioria dos participantes (>60%), no relacionamento com colegas de trabalho, concordam em colaborar buscando decisões aceitáveis para todos (65,1%), em tentar evitar desacordos (64,3%) e em trocar informações precisas para se chegar juntos às soluções dos problemas (63,9%). A análise de redes apontou que não há correlações determinantes entre o conflito intragrupo, estilos de gerenciamento de conflitos e variáveis sociodemográficas e funcionais. Foram verificadas as medidas de centralidade, força e influência esperada, para se identificar as variáveis mais influentes na rede. Observou-se que a variável sexo é a de menor força e que a variável escolaridade possui a menor influência esperada. Já as variáveis de maior influência esperada foram g5 (comportamento de integração, valor = 1,09), c2 (atrito pessoal, valor = 0,90), c11 (desafeto, valor = 0,90) e g17 (comportamento de evasão, valor = 0,89). A identificação dessas variáveis indica para os pontos estratégicos a serem considerados na formulação de intervenções pela organização. Conclui-se que a gestão de conflitos perpassa elementos dos relacionamentos entre as pessoas, que devem ser considerados em qualquer planejamento de intervenção. Por fim, sugere-se proposições para diagnóstico das relações de conflito, bem como ações para o desenvolvimento de competências individuais e grupais para gestão de conflitos.