Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ramalho, Raul |
Orientador(a): |
Maia, Kênia Beatriz Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA MÍDIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29702
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Resumo: |
O contexto tecnológico atual possibilita que atores diversos, em grupo ou de forma individual, produzam e distribuam conteúdos, com potencial de se tornarem relevantes, devido à popularização das tecnologias da informação e comunicação (TICs), principalmente a internet e os sites de redes sociais digitais (mídias sociais). Esta situação reconfigura as maneiras de empreender ações de contestação social por meio do ativismo, conformado pela permanente atualização dos dispositivos midiáticos, possibilitando a emergência de coletivos midiativistas que produzem discursos contra-hegemônicos, ou não hegemônicos, dando novos contornos às formas de participação política, esta entendida no sentido amplo, além dos processos relativos a tomadas de decisão em âmbitos institucionais. Neste contexto, esta investigação tem o objetivo de delinear a relação entre midiativismo e participação no sentido de entender se a citada prática ativista por meio da mídia representa uma ampliação das possibilidades de participação. A pesquisa toma como exemplo as estratégias discursivas de dois coletivos midiáticos, a Mídia Ninja (MN) e os Jornalistas Livres (JLs), durante o processo eleitoral brasileiro de 2018. Para realizar a análise foram selecionadas 30 postagens com maior engajamento de cada grupo (60 ao todo), nas suas respectivas páginas no Facebook. A Análise de Discurso Textualmente Orientada, baseada na concepção tridimensional do discurso (texto, produção discursiva e prática social), e a Análise Crítica do Discurso (ACD) foram utilizadas como metodologia. A rede teórica que embasa o estudo trata de questões referentes à reticularização sociotécnica da sociedade, midiatização e o que isso significa para os processos de participação política; os aspectos relativos a mídia alternativa, ciberativismo, net-ativismo, midiativismo e midialivrismo (mídia livre) e ao entrelaçamento destes com o jornalismo. Como resultados, a investigação revela que a relação entre midiativismo e participação política é profícua e substantiva, sendo positiva para democracia, quando busca a justiça social e a defesa dos direitos humanos. Assuntos, movimentos e grupos, por vezes marginalizados nos debates públicos (a eleição é um deles), encontram vias de representatividade por meio do midiativismo, algo percebido na materialidade enunciativa da MN e dos JLs, configurando uma ampliação das possibilidades de participação. A partir da interpretação dos enunciados dos coletivos considerando oito categorias (formatos, intertextualidade e interdiscursividade, gêneros textuais, ethos, caracterização dos candidatos, tematização, participação e midiativismo), a pesquisa mostra que os discursos da MN e dos JLs foram organizados de modo a apoiar candidatos de esquerda (principalmente o presidenciável Fernando Haddad, do PT), atrelando a este apoio vários temas ligados a causas progressistas (feminismo – o movimento #EleNão principalmente -, antirracismo, defesa da democracia, LGBT etc.), constituindo, mesmo com as contingências (superficialidade e silenciamentos) importantes esferas de contraponto em face ao avanço de discursos de ódio nas redes digitais. Nota-se ainda que o midiativismo dos grupos não é puro, é apenas umas das formas de se expressar. Valendo-se das possibilidades das ações midialivristas, a MN e os JLs apresentaram uma linguagem híbrida, misturando marcadores das práticas jornalística e propagandística (com predominância da última) e transitando entre os ativismos digital e de mídia social (sem ir às ruas para fazer o registro midiático), para participar politicamente do processo eleitoral brasileiro de 2018. |