Trabalho doméstico não-remunerado: rupturas, continuidades e adaptações do trabalho doméstico e de cuidados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Heloisa Helena de Sousa Franco
Orientador(a): Fortes, Lore
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32895
Resumo: Nesta tese, apresentamos uma análise das configurações do trabalho doméstico e de cuidados, procurando responder à pergunta: como as mulheres operacionalizam o trabalho doméstico e de cuidados em seu cotidiano? Os conceitos da divisão sexual do trabalho, trabalho produtivo e reprodutivo e trabalho doméstico e de cuidados são as bases teóricas que amparam este estudo. Dessa maneira, investigamos, a partir da vivência de cinco mulheres, na cidade de João Pessoa (PB), as relações sociais que são estabelecidas a partir desta questão, com o objetivo geral de compreender como algumas mulheres operacionalizam o trabalho doméstico e de cuidados, a quem elas recorrem ou ativam. Por isso, analisamos como se constitui a dinâmica diária relativa ao trabalho reprodutivo, verificando como essas mulheres percebem o trabalho doméstico e de cuidados que tocam suas vidas e se existem processos de alienação nesse percurso. Para tanto, utilizamos além da revisão bibliográfica e levantamento de dados, técnicas próprias da pesquisa qualitativa, como a observação direta, histórias de vida e aplicação de entrevistas semiestruturadas, na realização do trabalho de campo com mulheres de perfis diferentes, da cidade de João Pessoa. Os resultados revelam a permanência do trabalho doméstico e de cuidados ainda como uma tarefa, majoritariamente, das mulheres; pequenas mudanças nos arranjos familiares para o desempenho desse trabalho, em razão de variáveis como: estado civil, renda e geração; o reconhecimento à importância desse trabalho pelas mulheres, o incômodo das mulheres com a desvalorização social dele e a sobrecarga que recai sobre suas vidas; de todos os afazeres incluídos na alçada do trabalho doméstico e de cuidados, aqueles que dizem respeito à criação de crianças são os que mais demandam o tempo das mulheres. Constatamos que, nesse processo, as mulheres desenvolveram, a partir de suas experiências, uma rede complexa de trabalho reprodutivo, no intuito de resolver o dilema da desresponsabilização dos homens e do Estado em relação ao compartilhamento do trabalho doméstico e de cuidados, criando o que denominamos cadeias reprodutivas de trabalho.