Rinhas de galos no litoral norte paraibano: performances em um esporte interétnico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Matos, Rafael Leal
Orientador(a): Neves, Rita de Cássia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21331
Resumo: Essa dissertação é uma etnografia acerca da performance de atores sociais que participam de brigas de galos no litoral norte do estado da Paraíba - uma região caracterizada pelo contato interétnico histórico entre índios da etnia Potiguara e a população não indígena. Ao realizar o trabalho de campo pude perceber que essas rinhas de galo se constituem enquanto uma prática ritual masculina difundida na região: ocorrendo dentro e fora da área indígena, com a participação de índios e não índios. Essa pesquisa, portanto, se caracteriza como um exercício antropológico de compreensão de uma situação limite, que se encontra inserida na clandestinidade e em uma zona de fronteira étnica. Nesse sentido, lanço mão da seguinte indagação: como se configura a interação entre índios e não índios num evento ritual ilegal marcado pelo enfrentamento simbólico e que tem animais não humanos enquanto personagens centrais? Para responder a essa questão, tomo a abordagem da “antropologia da performance” como filtro epistêmico e metodológico e me debruço sobre essas rinhas com o intuito de compreender e descrever quais as rotinas, cenários, personagens e conflitos que estão implicados nessa prática. Tendo em vista que os nativos encaram a briga de galos como um esporte em que o galo é o atleta e os humanos são seus treinadores, apoio-me nesse trinômio (esporte, atleta e treinador) para interpretar essa atividade, ou melhor, as performances dos animais humanos e não humanos. Com isso, pretendo apresentar um quadro de categorias, símbolos, marcas e signos verbais e não-verbais que suscitam um padrão dinâmico de ações pertencentes ao universo da briga de galos - que tem seu valor antropológico expresso no fato de ser um evento ritualizado que envolve além do contato interétnico uma gama saberes, experiências, técnicas e emoções partilhadas coletivamente.