Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Tacicleide Dantas |
Orientador(a): |
Alves, Maria da Penha Casado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19526
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Resumo: |
Os livros didáticos de Língua Portuguesa, em audiência ao que se preconiza nos documentos oficiais para a educação, têm se configurado por gêneros discursivos importados de diversas esferas da atividade humana. O anúncio publicitário, gênero de ampla circulação social, espraiou-se da esfera publicitária para a escolar e passou a ser abordado por essas coletâneas como objeto e instrumento de ensino. Diante disso, esta pesquisa versa sobre a abordagem do anúncio em livros didáticos de Português, com o objetivo de analisar como um gênero para anunciar se torna matéria para ensinar e aprender. Interessam essas práticas discursivas pelo impacto ou apelo que elas exercem sobre os (novos) consumidores, dentre os quais os alunos do Ensino Médio; pela sua representatividade no sistema capitalista, aquele que orienta nossas relações e práticas sociais; e pela combinação de linguagens que se encerram em sua composição, uma vez que condensa o “espírito” de nossa época, por excelência, a dos gêneros verbo-visuais. Para compreender o tratamento dado a essas peças publicitárias, a partir das questões/dos comentários a elas relacionados, foram selecionadas duas coleções aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2012) dentre as mais adotadas pelas escolas públicas de Natal/RN para o Ensino Médio. Da Linguística Aplicada, de identidade mestiça, nômade e in/transdisciplinar (MOITA LOPES, 2009), esse estudo se insere na cadeia discursiva da tradição interpretativista de abordagem histórico-cultural (FREITAS, 2010) e nomeia o Círculo de Bakhtin e sua concepção dialógica da linguagem como interlocutores indeclináveis. Os dados totais das coletâneas mostram que a abordagem do gênero pode se dá como enunciado concreto, como artefato linguístico e como híbrido, no trabalho com questões e sem questões, havendo a predominância de sua ocorrência na porção dos volumes dedicada ao estudo da gramática. Nos capítulos de literatura e de produção/interpretação de textos, a sua entrada é incipiente ou não acontece nos volumes. Tal disposição traz implicações aos multiletramentos (ROJO, 2012) do aluno cidadão, uma vez que a carência ou a abundância de propostas de leitura crítica para esse gênero, que solicitem do aluno o exercício de saberes necessários à construção de sentidos linguísticos e sociais, pode ser reponsável por orientar um consumo (material e cultural) mais consciente pelos sumos clientes das obras em análise. As abordagens do gênero parecem indicar uma gradativa transição por que esses materiais vêm passando, ou seja, do polo da oração para o polo do enunciado, ou ainda, da abordagem como artefato linguístico para a híbrida e a enunciativa concreta, na busca por superar a tradicional tendência de se privilegiar os aspectos formais da língua, em detrimento dos enunciativos, e por entrar em harmonia com as diretrizes e os parâmetros do ensino na contemporaneidade, aproximando os deveres da escola dos direitos na vida. |