Acesso das pessoas menores de quinze anos com tuberculose aos serviços de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pinto, Juliana Teixeira Jales Menescal
Orientador(a): Freitas, Cláudia Helena Soares de Morais
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23523
Resumo: O acesso à rede de atenção é fundamental para o diagnóstico e tratamento da tuberculose em crianças e adolescentes. O objetivo deste estudo é analisar o acesso das pessoas menores de 15 anos com tuberculose aos serviços de saúde, na percepção dos pais, das enfermeiras e dos coordenadores do programa de controle da tuberculose dos municípios prioritários para o controle da doença no estado do Rio Grande do Norte. Esta pesquisa consiste em um estudo de caso, com abordagem qualitativa, realizado em dois municípios prioritários para controle da tuberculose em um estado brasileiro. Inicialmente, faz o levantamento do número de casos de tuberculose em menores de 15 anos no ano de 2014. Posteriormente, realiza entrevistas semiestruturadas com 11 pais de pessoas menores de 15 anos com tuberculose, 11 enfermeiras das unidades básicas de saúde e três coordenadores do Programa, selecionados de maneira intencional. As entrevistas foram gravadas, transcritas e organizadas no Software Atlas ti. Para análise das falas, utiliza os pressupostos metodológicos de Bardin (2011). Como resultado, emergiram três categorias: Caminhos percorridos: a busca pelo diagnóstico e tratamento da tuberculose; A experiência da tuberculose: fatores que dificultaram e facilitaram o acesso aos serviços de saúde; O estigma e o preconceito da tuberculose na família e na sociedade. Este estudo identifica que os pais utilizaram como porta de entrada no sistema de saúde os serviços de urgência e emergência, o que mostra a fragilidade do vínculo da família com a atenção primária. O diagnóstico ocorreu em hospitais infantis, confirmados através de exames de imagem. Isso evidencia falhas na suspeição da tuberculose durante a abordagem dos profissionais e a dificuldade em realizar exames nessa faixa etária. O tratamento ocorreu nas unidades básicas de saúde e o acompanhamento feito por dois serviços concomitantemente. O encerramento dos casos apresenta dificuldades pela falta de informações dos pais e pela não realização de visitas domiciliares pelos profissionais. A avaliação do processo é positiva em relação à distância entre a residência e o serviço de saúde, ao tempo gasto, à disponibilidade de transporte coletivo, ao atendimento por demanda espontânea, ao incentivo assistencial, na forma da cesta básica e ao fornecimento gratuito dos medicamentos. Fatores como violência no território, problemas de mobilidade, desconhecimento sobre a organização e os horários de funcionamento das unidades são barreiras citadas ao acesso. Os gastos ocorridos nesse processo estão relacionados a transporte, alimentação, material de higiene, faltas dos pais ao trabalho, contratação de pessoas para cuidar do filho, perda de emprego, exames de rotina ou de imagem e aquisição de empréstimos financeiros. O estigma e o preconceito foram observados na própria família, em profissionais e na comunidade. Por ser de difícil diagnóstico em crianças, o estudo aponta ser necessário investigar os adultos com tuberculose, capacitar os profissionais nos diversos níveis de atenção sobre tuberculose infantil e intensificar a educação em saúde sobre a doença nos meios de comunicação mais acessíveis a população. Para tanto, é fundamental o investimento político, financeiro e de pessoal, além de uma rede de atenção à saúde integrada e resolutiva.