A formação em saúde coletiva nos cursos de graduação em fonoaudiologia de Instituições de Educação Superior públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Telles, Mauricio Wiering Pinto
Orientador(a): Noro, Luiz Roberto Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/37383
Resumo: Introdução: A saúde coletiva constitui-se como um campo de saber voltado para a compreensão da saúde e a explicação de seus determinantes sociais, e o âmbito de práticas direcionadas prioritariamente para a sua promoção. Pela sua caracterização, a saúde coletiva é um campo que possui potencialidades para contribuir na reorientação das práticas de saúde das diferentes profissões da área da saúde, como a fonoaudiologia. No Brasil, o fonoaudiólogo iniciou sua prática voltada para a saúde escolar, entre as décadas de 1920 e 1940, com práticas embasadas na pedagogização da saúde e medicalização da educação. Entre 1950 e 1970, direcionou seu trabalho para os consultórios particulares e clínicas de reabilitação. Nos anos 90, com o recém criado Sistema Único de Saúde (SUS), foram identificadas lacunas na atuação do fonoaudiólogo, iniciando-se os estudos para repensar a sua formação no contexto da saúde pública. Objetivo: Analisar a formação em saúde coletiva nos cursos de fonoaudiologia de Instituições de Educação Superior (IES) públicas. Método: Para a produção dos dados foram realizadas entrevistas com informantes-chave discentes e docentes de sete IES públicas do Nordeste. As entrevistas foram gravadas, transcritas, categorizadas e analisadas através da Análise Temática de Conteúdo. Além disso, foi realizada uma análise documental de currículos lattes dos docentes fonoaudiólogos responsáveis pelos componentes curriculares de saúde coletiva nas IES públicas brasileiras identificados através da técnica “bola de neve”. Esta análise permitiu identificar o perfil da formação, atuação e publicação dos docentes. Os dados produzidos foram organizados no software IBM SPSS versão 20, gerando estatísticas descritivas, e sendo realizada a análise de correspondência múltipla. Resultados: Identificou-se na análise das entrevistas dos estudantes que esses possuem experiências formativas na saúde coletiva que favorecem uma aprendizagem no SUS, mas que possuem fragilidades na interprofissionalidade e na integração de conteúdos. Já nas entrevistas com os docentes, observou-se que os cursos de fonoaudiologia possuem uma heterogeneidade na abordagem sobre saúde coletiva e um predomínio da metodologia tradicional nos currículos, o que favorece uma fragmentação do conhecimento. Na análise da formação, atuação e produção docente foi possível visualizar a existência de docentes que não possuíram uma formação pós-graduada em saúde coletiva e que publicam artigos na área da clínica fonoaudiológica. Adicionalmente, é possível perceber a existência de diferenças no perfil de formação e atuação dos docentes quando se analisa essa realidade nas regiões do país, sendo a região Nordeste a que possui mais docentes com formação, atuação e publicação na área da saúde coletiva. Conclusões: Na região Nordeste, apesar da saúde coletiva cumprir o papel de problematizar e inserir a formação do fonoaudiólogo no contexto do SUS, necessita-se da superação da lógica fragmentada na formação dos estudantes, de tal forma que outros componentes curriculares também sejam corresponsáveis pela constituição de profissionais com o perfil para atuação no SUS. Adicionalmente, no contexto nacional, a identificação da existência de docentes que são responsáveis por componentes de saúde coletiva, mas não possuem formação e publicação nessa área, alerta para uma consequente fragilização da saúde coletiva na fonoaudiologia.