A tanatopoética de Sarah Kane: escritos para a morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Rummenigge Medeiros de
Orientador(a): Cavalcante, Alex Beigui de Paiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22679
Resumo: Esta pesquisa é o resultado de uma reflexão teórico-analítica sobre a obra dramatúrgica da escritora inglesa Sarah Kane. Na maneira como ela estrutura e articula um incessante diálogo, em sua escritura, com os mortos (a tradição dramatúrgica), sobre os mortos (as diferentes ideias e noções de morte na vida urbana) e para os que vão morrer, nesse caso, a sua própria pessoa em forma de registro autobiográfico. O trabalho se detém, especificamente, na análise dos seus três últimos trabalhos: Cleansed (Purificados, 1998), Crave (Ânsia, 1998) e 4.48 Psychosis (Psicose 4:48, 2000). Levando em consideração o desenvolvimento dos elementos e noções que constroem o conceito de Tanatopoética. Dessa maneira, são de interesse particular para esse trabalho as noções de escritura e escrita performática para análise e contextualização da obra da dramaturga na história teatral, uma vez que essas noções permitem compreender e abordar a obra a partir do viés performativo. Este trabalho identifica, constrói e investe ainda, na noção de personagem golem como um dispositivo de duplo ou sombra para discutir e inscrever questões do universo íntimo de sua autora. Para a discussão dessas noções foram fundamentais as ideias de Gilles Deleuze, Jacques Derrida, Roland Barthes, Alex Beigui, Diana Klinger e Gershom Scholem. O estudo sobre a morte e a fenomenologia tanatológica foi conduzido a partir da análise das escrituras, na sua abordagem direta ao tema, ou por meio das referências, citações e metáforas utilizadas pela autora para elaborar a sua poética da morte, ou tanatopoética. Para isso levaram-se em consideração as ideias de Edgar Morin, Emmanuel Levinas, Martin Heidegger, Arthur Schopenhauer, Heiner Müller, Vladimir Safatle, entre outros. Kane aparece neste trabalho como autora que se mostra tributária à linhagem histórica do Teatro do Absurdo, sem reconhecer ou assumir oficialmente sua filiação, mas transcendendo a ela na superação daquele que foi o seu maior intento; a recusa ao nome, a aniquilação e a fuga da linguagem teatral.