Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Juan dos Santos |
Orientador(a): |
Alves, Maria da Penha Casado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30693
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Resumo: |
Trata-se nesta dissertação de estabelecer, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos do Círculo de Bakhtin, uma análise da construção discursiva das identidades inacabadas nas narrativas Young Adult (doravante YA) e como tais representações literárias refletem e refratam as identidades juvenis da contemporaneidade marcada como líquida (BAUMAN, 2001) e transparente (HAN, 2017a). Para tanto, a obra Simon vs. a agenda homo sapiens (2016), da autora norte-americana Becky Albertalli, será utilizada como forma de evidenciar as questões identitárias em análise a partir do seu protagonista, Simon, um jovem gay que interage anonimamente com um outro rapaz gay chamado Blue, ocorrendo, no meio desse processo, a construção de sua identidade homoafetiva e a geração de embates sociais em uma sociedade que não é muito receptiva à homossexualidade e a outras manifestações tidas como grotescas. O termo Young Adult foi utilizado pelo mercado editorial para definir todas as obras surgidas após o lançamento da série Harry Potter (1997) que tinham como foco o público juvenil; no entanto, ao longo do tempo, e sobretudo após o sucesso da obra A culpa é das estrelas (2012), o termo é ressignificado para englobar obras de ficção em que seus personagens principais são adolescentes em processo de descoberta identitária, o que abarca reflexões e desdobramentos que envolvem seus corpos, sua sexualidade, suas raças e demais atributos de linguagem que possam ser objetos de valoração social. Situado na Linguística Aplicada, em seu caráter trans ou indisciplinar para abordar as práticas discursivas/sociais concretas, este estudo adota o método indiciário e o cotejamento dialógico, assumindo uma orientação sócio-históricodialógica. Por esse prisma, o trabalho apresenta a análise de três aspectos principais a partir da obra em estudo: 1) o comportamento do Young Adult como gênero; 2) a jornada do protagonista Simon e a transformação da sua identidade ao longo desse percurso heroico; 3) os vestígios discursivos que constroem na imagem identitária de Simon um ser grotesco. A partir dessa análise, percebe-se o YA como recurso linguístico que ancora múltiplas representações da juventude contemporânea, bem como a identidade de Simon como inacabada na medida em que sua condição de sujeito encarnado e homoafetivo não permite que ele finde sua jornada herócia e permaneça sempre em processo de embate ideológico e identitário. Por fim, evidencia-se a ojeriza ao diferente que é transformado em monstro a ser punido ou apagado, refração que vai do mundo da vida para o mundo da arte. |