O circuito espacial de produção e os círculos de cooperação do sisal no semiárido paraibano: o município de Pocinhos-PB em destaque

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Porto, Odaiza Barros
Orientador(a): Albano, Gleydson Pinheiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - CERES
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51931
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal analisar o circuito espacial de produção do sisal tomando como ponto de partida o município de Pocinhos-PB, localizado na região do Semiárido paraibano. O sisal (Agave Sisalana perrine) é uma espécie semixerófila de origem intertropical (México), em que o Brasil se configura como maior produtor e exportador do seu principal produto, a fibra têxtil, e que tem o estado da Paraíba como segundo maior produtor nacional. Historicamente, diversos municípios paraibanos se desenvolveram economicamente a partir da produção do sisal, e nesse sentido Pocinhos-PB, é um dos exemplos de municípios do Semiárido paraibano, que se mostra resiliente no cultivo do sisal na região, se caracterizando como um dos principais produtores da fibra no estado. Fundamentado na teoria dos circuitos espaciais de produção e dos círculos de cooperação (SANTOS, 2008), nos propusemos a compreender a dinâmica de produção da referida cultura, que por diversos fatores nas últimas décadas vem se constatando um declínio na produção. A partir disso, a metodologia consistiu-se pelo uso das seguintes técnicas: levantamento e pesquisa bibliográfica sobre a temática abordada; coleta e análise de dados estatísticos; trabalho de campo; entrevistas semiestruturadas com os principais agentes do circuito. Como resultado da pesquisa, verificamos em uma perspectiva histórica a introdução do sisal, bem como a sua disseminação no Semiárido paraibano por meio da variável espaço-tempo e elencamos os principais fatores de ordem interna e externa para tal desenvolvimento. Além disso, apresentamos o processo de produção do sisal que vai desde a pré-produção ao consumo final do produto, destacando as principais variáveis do circuito. Assim, na pesquisa levamos em conta os diversos fluxos materiais e imateriais existentes e a sua espacialização, suscitado pelo meio técnico-científico-informacional, que permite uma ampliação das trocas entre os lugares, que ocorrem não necessariamente entre áreas contínuas. No circuito espacial de produção do sisal, constatamos que o município de Pocinhos, diante do contexto da divisão territorial do trabalho, participa deste por meio do desenvolvimento de etapas iniciais do circuito, que seriam a de produção propriamente dita, de primeiro beneficiamento da fibra no campo (desfibramento) e também de segundo beneficiamento no espaço da cidade (batimento), bem como na etapa de primeira distribuição e comercialização deste produto, seja de forma local ou estadual. Destacamos ainda algumas integrações verticais, no município supramencionado, embora que em menor grau quando comparado às ações que ocorrem nos últimos elos do circuito, que seria a distribuição, comercialização e consumo no exterior, espaço de maior verticalização, e a ausência do que seriam importantes círculos de cooperação na produção. Ainda consideramos ao final da pesquisa que, presentemente, no âmbito do processo de Globalização, mesmo em cultivos que não se utilizam técnicas modernas de produção, como exemplo do sisal, inevitavelmente, a sua produção se utiliza de variáveis como a ciência, a tecnologia e a informação em diversas outras circunstâncias ao longo do seu processo produtivo.