Ecologia reprodutiva, ocupação e rede de associação em Cyanocorax cyanopogon (aves, Corvidade)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Marcelo Câmara
Orientador(a): Pichorim, Mauro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50126
Resumo: Apesar de custosa, a vida em grupo é amplamente distribuída na natureza. Entre as aves, gralhas e corvos (Corvidae) se destacam pela capacidade cognitiva e por formarem grupos sociais que proporcionam melhor desempenho no cuidado com a prole. Cyanocorax cyanopogon (gralhacancã) é um corvídeo endêmico do Brasil e ocorre principalmente nos biomas Caatinga e Cerrado, ambos com forte componente sazonal, alternando entre períodos de baixa e alta produtividade. Para entender as estratégias usadas por essas aves para viver nesses biomas: 1) usamos dados de ciência cidadã e estatística circular para verificar se elas ajustam sua reprodução à disponibilidade de recursos no ambiente; 2) usamos abordagem de multimodelos probabilísticos para testar se as características ambientais e a disponibilidade de recursos interferem na sua ocorrência e tamanho da área de uso em uma área de Caatinga; e 3) usamos abordagem de redes sociais animais para analisar as redes de associações dos indivíduos que utilizam a área da FLONA-Açu. Em nossos registros de ninhos verificamos que o desenvolvimento dos filhotes dura cerca de 5 meses, desde a construção do ninho até que os filhotes adquiriram a plumagem adulta. Juntando nossos registros reprodutivos com os disponíveis no Wikiaves e comparando com os dados de precipitação do Worldclim, encontramos que a maioria dos registros se antecipa ao mês com maior volume de chuvas. Verificamos também que essa tendência é mais forte no Cerrado do que na Caatinga. Comparamos 64 modelos gerados a partir de nosso modelo global com variáveis ambientais. Do total, 4 modelos foram os mais representativos. As variáveis mais relevantes para ocupação foram: estação do ano, distância da sede e NDVI. Nesse modelo a estimativa de ocupação para o período chuvoso foi quase a metade do que foi observado no período de seca. A ocupação também variou positivamente em função do NDVI e negativamente em função da distância da sede, ambos com maior efeito na estação chuvosa. Capturamos e anilhamos 89 indivíduos na sede da FLONA de Açu. Construímos três redes de associação com 72 indivíduos capturados e anilhados durante os três anos do estudo. Verificamos que a rede da estação seca apresenta maior quantidade de indivíduos e um padrão de interações mais intenso que a da estação chuvosa. Também vimos que, apesar da variação na quantidade de indivíduos, os valores individuais não variaram muito entre as estações. Também verificamos que a associação entre os indivíduos observados se manteve consistente ao longo do tempo.