Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Jéssica Danielle Medeiros da |
Orientador(a): |
Fregonezi, Guilherme Augusto de Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28369
|
Resumo: |
Introdução: A respiração oral (RO), mais comumente encontrada em crianças, é uma desordem respiratória na qual é adotado o modo respiratório oral suplementar ou substituto da respiração nasal normal. Esta desordem acarreta em desequilíbrio do sistema estomatognático, que leva a alterações estruturais nas mandíbulas, alterações na postura, fala, deglutição, sono e na respiração. A respiração nasal é a fisiológica e apresenta vantagens quando comparada a respiração por via área oral, apesar disto, os dispositivos de resistência respiratória disponíveis no mercado utilizam apenas bocais (via aérea oral). O uso de sobrecargas inspiratórias tem por objetivo melhorar a endurance e força muscular para gerar melhora da função pulmonar, para isto é relatado na literatura diferentes modalidades de treinamento muscular respiratório. Com base no que foi descrito a presente tese apresenta duas produções decorrentes da sua linha de pesquisa: 1) um estudo do uso de sobrecargas inspiratórias com diferentes interfaces em sujeitos adultos saudáveis e 2) um segundo estudo do uso de sobrecargas inspiratórias por meio da via aérea nasal com diferentes dispositivos de resistência inspiratórias em crianças respiradores orais. Objetivos: O objetivo de presente tese foi avaliar os efeitos agudos de diferentes intensidades de sobrecargas inspiratórias, diferentes interfaces e diferentes dispositivos de resistência inspiratória no padrão respiratório e na atividade dos músculos respiratórios de sujeitos adultos saudáveis e de crianças respiradores orais. Métodos: 1) Vinte adultos saudáveis foram recrutados e divididos em dois grupos com base na intensidade da carga inspiratória (20 e 40% da pressão inspiratória máxima) por meio de alocação cruzada aleatória. Os indivíduos foram avaliados durante a respiração tranquila, respirando com carga inspiratória e recuperação. As medidas foram repetidas usando duas interfaces diferentes (nasal e oral). 2) Trinta e nove crianças com síndrome da respiração oral (SRO) foram randomizadas em dois grupos com base na intensidade da carga inspiratória (20% e 40% da pressão inspiratória máxima). As crianças foram avaliadas durante a respiração tranquila, respirando com carga inspiratória por meio da via aérea nasal e recuperação. As medições foram repetidas durante o uso de dois dispositivos distintos (limiar pressórico e resistência ao fluxo). Em ambos os estudos durante o protocolo de intervenção os volumes da parede torácica e a atividade dos músculos respiratórios foram avaliados por meio da pletismografia optoeletrônica e da eletromiografia de superfície, respectivamente. Resultados: 1) Durante a aplicação da carga inspiratória, foram observadas alterações significativas na frequência respiratória (p <0.04), tempo inspiratório (p <0.02), ventilação minuto (p <0.04), volume corrente (p <0.01), volume inspiratório final (p <0.04), volume expiratório final (p <0.03) e atividade dos músculos escaleno, esternocleiomastoideo e porção paraesternal do músculo intercostal (valores de %RMS, p <0.01) quando comparados com a respiração tranquila, independentemente da intensidade de sobrecarga ou da interface aplicada. A aplicação da carga inspiratória gerou aumento do volume corrente (p <0.01), volume inspiratório final (p <0.01) e da atividade elétrica dos músculos escaleno e esternocleiomastoideo (p <0.01) com o uso da interface nasal quando comparado a oral. 2) Durante a aplicação da carga inspiratória ocorreram mudanças significativas na frequência respiratória (p <0.04), tempo inspiratório (p <0.02), tempo total do ciclo respiratório (p <0.02), volume minuto (p <0.03), volume corrente (p <0.01) e na atividade muscular do escaleno e esternocleiomastoideo (valores de %RMS, p <0.01) quando comparado à respiração tranquila e recuperação, independentemente do nível de carga e dispositivo aplicado. A aplicação de carga utilizando o aparelho resistência a fluxo mostrou um aumento maior no volume corrente (p <0.02) e o volume inspiratório final (p <0.02) quando comparado ao limiar pressórico. Conclusões: Ambos os estudos abrem novas perspectivas fisiológicas e terapêuticas. Tratam-se de estudos precursores em relação a avaliação dos volumes e compartimentos da parede torácica, bem como a análise da atividade elétrica da musculatura respiratória em resposta a sobrecargas inspiratórias por meio das interfaces nasal e oral. O estudo 1 demonstrou que a adição de carga inspiratória tem um efeito significativo no padrão respiratório e na atividade elétrica dos músculos respiratórios, sendo estes efeitos maiores quando a interface nasal é aplicada. O estudo 2 mostra que a adição de carga inspiratória utilizando uma interface nasal tem um efeito positivo no padrão respiratório e na atividade elétrica dos músculos inspiratórios, e o dispositivo FR foi mais efetivo para geração de volume pulmonar. |