Estimulação transcraniana por corrente contínua sobre o córtex pré-frontal dorsolateral melhora a dor e saúde mental na doença renal terminal: um estudo controlado randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Dantas, Carla Daniele Ferreira
Orientador(a): Freitas, Rodrigo Pegado de Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52397
Resumo: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública, de ordem mundial, com prevalência estimada em 10% da população e aumento significativo a cada ano. Pacientes com doença renal terminal (DRT) em hemodiálise tem prevalência 50 a 80% de dor crônica de moderada a intensa. No entanto, a dor crônica na DRT muitas vezes é subtratada e negligenciada, o que interfere diretamente na qualidade de vida, humor e funcionalidade dos indivíduos acometidos. Além da terapêutica analgésica clássica proposta para essa condição, técnicas complementares para o controle da dor são sugeridas. A estimulação cerebral não invasiva pode ser considerado um recurso inovador e promissor, como a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Trata-se de uma técnica de neuromodulação não invasiva aplicada por eletrodos acoplados no couro cabeludo em áreasespecíficas do cérebro, com o objetivo de promover mudanças na excitabilidade cortical. Estudos anteriores já demonstraram bons resultados no tratamento coadjuvante de distúrbios físicos e comportamentais, com redução de sintomas depressivos, ansiedade e dor. O atual estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da ETCC anódica no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (CPFDL) sobre a dor (desfecho primário), ansiedade e depressão em indivíduos com DRT submetidos àhemodiálise. Foi conduzido um ensaio clínico duplo-cego, paralelo, randomizado e sham-controlado. Foram realizadas 10 sessões não consecutivas de ETCC no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, com intensidade de 2mA, durante 20 minutos. A dor foi avaliada pela Escala Visual Analógica (EVA), a ansiedade pela Escala de Ansiedade de Hamilton e a depressão pelo Inventário de Depressão de Beck. Todas as avaliações foram realizadas na linha de base e após a intervenção, com follow-up de sete dias. Para análise estatística foi utilizada a ANOVA, onde foi encontrada uma interação significativa entre tempo e grupo para a dor, F(3,54) = 10,220, p = 0,0005, parcial η2 = 0,362. Também foi possível observar a interação do tempo, F(3,54) = 34,787, p = 0,0005, parcial η 2 = 0,659. O teste de ANCOVA mostrou uma diferença significativa entre os grupos para ansiedade, F(1,17) = 5,915, p < 0,02, parcial η2 = 0,258 e uma tendência de queda para depressão F(1,17) = 4,426, p = 0,05, parcial η2 = 0,207. Conclusão: Sugere-se que a ETCC anódica sobre o CPFDL pode melhorar a dor e o estado de humor na DRT. Esta nova abordagem traz novas perspectivas para o tratamento adjuvante da dor e distúrbios do humor.