O sindicato e a organização política das trabalhadoras nas indústrias de confecção feminina e moda íntima de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Viana, Ana Kelly Adriano
Orientador(a): Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29416
Resumo: O governo Temer, em 13/7/2017, aprovou a Lei 13.467 denominada Reforma Trabalhista que impôs o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Essa nova legislação fragilizou as entidades e objetivou barrar a resistência dos trabalhadores contra a retirada de direitos. Em seus primeiros meses de governo, Jair Bolsonaro (PSL) estabeleceu a Medida Provisória (MP) 873/2019, na qual previa em regras gerais que a autorização do desconto referente a contribuição sindical não poderia ser aprovada em assembleia, pois esta deve ser individual e expressa. Ela também incluiu que a contribuição sindical deveria ser paga por boleto bancário, não mais por desconto salarial. Nesse cenário de crise e de ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora, esse projeto justificou-se pela necessidade de estudar os sindicatos nessa conjuntura resgatando o papel destes como instrumentos de organização política da classe trabalhadora na atualidade, especialmente para as mulheres trabalhadoras. Nosso local de estudo foi o Sindicato dos Trabalhadores da Confecção Feminina e Indústria Têxtil de Fortaleza (SINDCONFE), pois essa categoria possui o rosto de muitas mulheres que sofrem com a exploração e a opressão impostas pelo sistema capitalista. O objetivo foi analisar a organização política das mulheres da Confecção Feminina e Indústria Têxtil de Fortaleza. Para dar conta do problema aqui apresentado e a partir das motivações que nos levaram a ele, utilizou-se dos pressupostos do materialismo e da dialética tais como propostos por Marx e na teoria das relações sociais de sexo destacando em âmbito nacional e internacional os estudos de Saffioti (2015), Cisne (2014), Davis (2016) e Kergoat (2010). Os documentos analisados caracterizam a atuação do Sindicato da Confecção Feminina e Indústria Têxtil de Fortaleza como jornais, panfletos e cartilhas produzidas pela entidade. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com 6 diretoras da entidade que estão em diferentes cargos. Os resultados se dividiram em três blocos: o primeiro relativo às mobilizações contra a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência; o segundo referente a luta feminista como impulsionadora da organização das mulheres no sindicato; e o terceiro apresenta os atravessamentos do racismo enfrentados pelas diretoras.