Finanças solidárias para o desenvolvimento local? Uma análise comparativa de experiências de Bancos Comunitários de Desenvolvimento nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nascimento, Shesby André Medeiros do
Orientador(a): Moura, Joana Tereza Vaz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45633
Resumo: Considerando que o sistema financeiro opera sob uma dinâmica social e territorialmente excludente, uma parcela significativa da sociedade mundial tem buscado estabelecer outros circuitos econômicos, a fim de suprir as suas necessidades locais (RIGO et al., 2015). A ressignificação de práticas econômicas no início do século XXI vem aliada à disseminação da economia popular solidária por meio do segmento das finanças solidárias no Brasil, em que os Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) acendem uma alternativa real e viável de soluções socioeconômicas (COELHO, 2003; PASSOS, 2007 e CARVALHO, 2016). Atualmente presente em torno de 114 municípios, os primeiros BCDs implementados pelo Programa Economia Solidária em Desenvolvimento (PESD - SENAES/MTE) utilizaram uma metodologia inicialmente aplicada no estado do Ceará, depois difundida em todo o Brasil, tendo como objetivo comum a promoção do desenvolvimento local sustentável e solidário. Na região Nordeste, onde está concentrada 51 destas iniciativas, foram implementados seis BCDs pelo PESD, sendo, somente um em comunidade periférica urbana e os cinco demais em espaços rurais. Desse modo, surge a premissa comparativa em torno da seguinte pergunta de pesquisa: como os Agentes envolvidos nas práticas de finanças solidárias atuam para o desenvolvimento local sustentável e solidário de suas respectivas comunidades? Na busca por resposta a essa indagação, utilizam-se como recorte de pesquisa: o Banco Comunitário Jardim Botânico, localizado na comunidade periférica urbana de João Pessoa/PB; e o Banco Solidário de Gostoso, presente em comunidade rural do município de São Miguel do Gostoso/RN. O objetivo geral da investigação é compreender as ações que norteiam as práticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento em busca do desenvolvimento local sustentável e solidário nestas duas comunidades com diferentes contextos. Para tanto, tem como objetivos específicos: I) Caracterizar as especificidades dos contextos comunitários; II) Descrever as atividades que os BCDs desempenham; III) Analisar as condições de sustentabilidade dos BCDs; e IV) Comparar como os BCDs praticam o desenvolvimento local sustentável e solidário dessas experiências. Os caminhos metodológicos estão fundamentados no método comparativo orientado ao caso (RAGIN, 1987) e na técnica de Pesquisa Ação (BORDA, 1981), alinhada à diversidade de fontes de evidências teóricas e de campo (CORTÊS, 1998; YIN, 2001), com onze entrevistas semiestruturadas realizadas com agentes envolvidos diretamente nas operações das experiências, investigando dois eixos de análise: Dimensões solidárias e Perspectivas de desenvolvimento. Os resultados apontam que as experiências diferem significativamente daqueles propostos enquanto objetivo comum implantado. As conclusões obtidas sugerem que, na prática, o desenvolvimento local sustentável e solidário é marcado por distinções, principalmente, em relação ao objetivo local e sustentável: enquanto no contexto rural a ação tende a ser mais exógena, no urbano é mais endógena.