Análise de aspectos socioambientais e produtivos da carcinicultura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santana, Vinícius Gabriel da Silva
Orientador(a): Pontes, Cibele Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29485
Resumo: Ao longo do seu processo histórico, a carcinicultura brasileira, assim como a de outros países ocidentais, alcançou bons índices de crescimento econômico em detrimento dos impactos socioambientais negativos gerados. Pioneira nas práticas aquícolas, a Ásia tem intensificado a densidade de estocagem e diminuído o tamanho de área de seus cultivos com foco na sustentabilidade da produção. Nesse contexto, esse estudo se divide em três capítulos, sendo o primeiro uma revisão do estado da arte. O segundo capítulo possui objetivo de analisar o processo histórico da carcinicultura no Brasil buscando compreender suas adaptações e elucidando o seu desenvolvimento. Para isso, analisamos a complexidade da organização social e os avanços tecnológicos ocorridos no setor e, em seguida, adotamos a perspectiva desenvolvimentista do Amartya Sen, em dados secundários, ilustrando a atividade e seus impactos. Os resultados obtidos mostram que a medida que o camarão se tornou uma das principais commodities do nordeste brasileiro, houve aumento da complexidade da coordenação do setor. Porém, os impactos ambientais negativos gerados pelo seu cultivo e as medidas políticas que privaram o comércio do camarão brasileiro causaram uma estagnação econômica. Na terceira parte, objetivamos avaliar como está disposta no Brasil a densidade de estocagem dos cultivos e seu uso de terra. Analisamos 116 ciclos de criação de camarão, ocorridos de 2016 a 2019 em cinco fazendas. Comparamos por teste T independente a duração dos cultivos, o peso médio dos camarões despescados, o uso de ração e a Taxa de Conversão Alimentar entre cultivos com densidades de 6 e 10 camarões/m², tamanhos de área 2,6 e 4,9 hectares e número de fases. Encontramos que os cultivos mais adensados ocorrem sob áreas maiores e requer maior tempo de duração. Os cultivos bifásicos são os mais adensados, ocupam maior área de terra e utilizam mais ração. Em todas as variáveis analisadas, o peso individual dos camarões não diferiu e a Taxa de Conversão Alimentar se manteve baixa. Concluímos que o modo de criação ocidental de camarões ainda ocorre com dificuldades para intensificar os cultivos e diminuir o uso de terra. O investimento em cultivos bifásicos permite otimizar o uso de terra, porém medidas mais eficazes são necessárias para manter o crescimento da produção sem aumentar o uso de áreas de manguezais. E, por fim, todos os atores relacionados a atividade possuem reinvindicações referentes a privações vivenciadas e o desejo de expandir suas liberdades como sinônimo do desenvolvimento.